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Bolsonaro está cavando seu próprio impeachment, diz ‘Financial Times’

Leitura obrigatória de investidores, jornal britânico avalia que presidente montou um governo ao estilo 'O Médico e o Monstro', no qual Mr. Hyde prevalece

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 28 abr 2020, 12h49 - Publicado em 28 abr 2020, 12h34

Em editorial publicado nesta terça-feira, 28, o jornal britânico Financial Times afirma que o presidente Jair Bolsonaro está “construindo seu próprio processo de impeachment”. Leitura em destaque entre investidores, governantes e formadores de opinião de todo o mundo, o periódico avalia o atual governo brasileiro como uma espécie de versão administrativa do romance gótico O Médico e o Monstro, de Robert de Stevenson, no qual o doutor Hyde – o monstro – prevalece.

“Qualquer sentimento persistentemente positivo evaporou devido a uma crise tripla: uma emergência de saúde pública cada vez mais profunda, uma profunda recessão econômica e uma calamidade política”, afirma o editorial.

“Apelidado de ‘o Trump dos trópicos’ por seu domínio das mídias sociais, sua habilidade de fascinar seus apoiadores e seus ataques venenosos contra seus oponentes, o senhor Bolsonaro contrariou a elite brasileira ao desconsiderar a Constituição, exibir intolerância contra gays, mulheres e negros e despreocupação diante dos incêndios na Amazônia. Mas os empresários e investidores o toleraram como a melhor esperança para reavivar a economia depois de uma recessão punitiva e anos de má administração e corrupção da esquerda”, explicou.

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O texto dá a entender que a “expulsão” de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça foi a gota d’água para Bolsonaro parecer “determinado a ingressar no salão de horrores presidencial”. Por “salão de horrores”, o FT se refere ao saldo de presidentes do período democrático que saíram com a reputação ilesa: apenas Fernando Henrique Cardoso. “Dois sofreram impeachment, dois foram maculados por suspeitas de corrupção, um foi preso e outro, envolvido em crise financeira em seu posto subsequente.”

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O jornal britânico explica aos seus leitores a gravidade da saída de Moro. Primeiro, por ser considerado um herói entre os seguidores de Bolsonaro por seu papel como juiz anti-corrupção, que ajudou no processo que culminou na prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um ícone da esquerda. Segundo, porque o gesto de Moro foi supostamente um protesto contra a decisão do presidente de demitir o diretor da Polícia Federal, Mauricio Valeixo, para substituí-lo por alguém mais flexível e disposto a compartilhar com ele informações de inteligência.

“Os brasileiros suspeitam que sejam manobras de Bolsonaro para proteger seus poderosos filhos de processos judiciais em investigações sobre financiamento ilegal de campanha e conexões com as milícias”, informa. “Moro foi o segundo ministro-chave a sair em oito dias; o senhor Bolsonaro tinha demitido o popular ministro da Saúde por resistir aos esforços presidenciais para minimizar a pandemia de coronavírus”, completou, referindo-se à saída de Luiz Henrique Mandetta.

O FT não chega a mencionar os rumores de saída também do ministro da Economia, Paulo Guedes, que circulam em Brasília. Aponta o economista liberal como a autoridade empenhada em reformas necessárias para aliviar as finanças públicas, como a da Previdência, que passou aos investidores a otimista impressão de ele fazer parte do grupo moderado dentro do governo que atua como “os adultos na sala”. As reformas poderiam avançar sob sua batuta “apesar das perigosas excentricidades do presidente – uma espécie de governo O Médico e o Monstro”, alerta o jornal.

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O editorial não chega a mencionar especificamente os pedidos encaminhados ao Congresso para a formação de Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os motivos da demissão de Moro, nem a atual CPI que investiga a rede de fake news e destruição de reputações, supostamente conduzida pelo vereador carioca Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente. Tampouco faz referência à decisão do presidente de nomear para a Polícia Federal Alexandre Ramagem, o ex-diretor da Agência Brasileira Inteligência (Abin) que faz parte do círculo de amizades da família Bolsonaro e que, em princípio, se encaixaria no perfil flexível desejado pelo presidente na PF.

 

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