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Bolsonaro diz que tem ‘certa afinidade’ com príncipe da Arábia Saudita

Mohammed bin Salman é acusado internacionalmente de ser o mandante do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi

Por Da Redação
Atualizado em 29 out 2019, 09h03 - Publicado em 29 out 2019, 09h01
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  • Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, 29, que possui “certa afinidade” com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman. Segundo o presidente brasileiro, “todo mundo” gostaria de passar uma tarde com um príncipe, “principalmente as mulheres”.

    Bin Salman, de 34 anos, é filho de rei Salman e é acusado internacionalmente de ser o mandante do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018.

    “Acho que todo mundo gostaria de passar uma tarde com um príncipe, principalmente vocês, mulheres. Vou ter essa oportunidade hoje. Nós dois temos certa afinidade”, disse Bolsonaro a jornalistas na saída do hotel onde está hospedado.

    Embora o príncipe herdeiro tente mostrar ao exterior uma imagem de maior abertura nos costumes, as mulheres ainda enfrentam uma série de restrições no país, como a forma de se vestir.

    No ano passado, a Arábia Saudita foi o último país a permitir que as mulheres possam dirigir automóveis. E foi somente em agosto deste ano que as sauditas passaram a ter a possibilidade legal de viajar sem a autorização de um homem, como era exigido até então.

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    Há cerca de um mês, o príncipe também assumiu “total responsabilidade” pela morte do jornalista Jamal Khashoggi, mas negou ter dado a ordem para que ele fosse morto. “Este foi um crime hediondo. Assumo total responsabilidade como líder da Arábia Saudita”, afirmou durante uma entrevista exibida pela rede de TV americana CBS.

    Porém, diversos países acusam Bin Salman pela morte e uma investigação da ONU concluiu que o príncipe herdeiro foi o mandante do assassinato. Crítico ao governo saudita, Khashoggi foi morto dentro do consulado de seu país em Istambul.

    O regime da Arábia Saudita ainda é responsável por milhares de mortes no Iêmen, onde lidera uma coalizão regional de apoio às forças pró-governo contra os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã.

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    O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos, a maioria civis, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 3,3 milhões de pessoas continuam refugiadas, e 24,1 milhões (mais de dois terços da população) necessitam de assistência, afirma a ONU, classificando esta crise humanitária como a pior do mundo.

    Viagem internacional

    Nesta terça, Jair Bolsonaro cumpre agenda de reuniões em Riad e participa de um jantar oferecido por Mohammed bin Salman.

    De acordo com Bolsonaro, que está no país em busca de investimentos, a defesa é a área mais importante nas conversas com os sauditas. “Eles querem investir maciçamente no Brasil”, afirmou.

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    Outro ponto em discussão envolve o agronegócio. Bolsonaro disse que os sauditas buscam maior segurança alimentar. “O Brasil é um mar de oportunidades e eles descobriram isso. É um novo governo que está transmitindo confiança para eles e que os encoraja a investir no Brasil. Estamos muito bem com a Arábia Saudita.”

    A Arábia Saudita é a última parada da viagem oficial do presidente brasileiro pela Ásia, que já teve passagens por Japão, China, Emirados Árabes Unidos e Catar.

    (Com Estadão Conteúdo)

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