A polícia deteve neste domingo a presidente do Tribunal Eleitoral da Bolívia, María Eugenia Choque, por ordem do Ministério Público, que investiga as irregularidades nas eleições de 20 de outubro, informou o comandante geral, Vladimir Yuri Calderón.
“Queremos anunciar que, graças a um trabalho minucioso da polícia boliviana, se conseguiu a detenção da presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), María Eugenia Choque”, disse Calderón em coletiva de imprensa, horas depois de o presidente Evo Morales renunciar.
O general Calderón disse que também foi detido neste domingo Antonio Costas, que era vice-presidente do TSE, encarregado do sistema informático e que renunciou dois dias após as questionadas eleições de 20 de outubro, nas quais foi reeleito o presidente Evo Morales, segundo a contagem oficial.
Costas renunciou por discordar da decisão de suspender, no dia das eleições, um sistema de contagem rápido de votos durante 20 horas. Quando mais de 80% dos votos haviam sido apurados por este sistema, os resultados apontavam para um segundo turno entre Morales e o ex-presidente Carlos Mesa.
Ao se retomar a contagem rápida, houve uma “drástica e inexplicável” mudança de tendência para a reeleição de Morales no primeiro turno. Além disso, a imprensa boliviana informou que, neste domingo, foi detida também a ex-presidente do tribunal eleitoral da região oriental de Santa Cruz, Sandra Kettels, que havia renunciado em 30 de outubro em meio a questionamentos sobre as eleições.
Morales, no poder desde 2006, renunciou neste domingo depois de perder o apoio das Forças Armadas e da Polícia.
(Com AFP)