O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quirta-feira, 16, que a “única resposta” ao conflito entre Israel e o grupo militante palestino Hamas é uma “solução de dois Estados que seja real”, alertando Israel de que ocupar Gaza seria um “grande erro”.
A repórteres, depois de um encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, Biden afirmou que deixou essa posição clara ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
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“Deixei claro aos israelenses, a Bibi e ao gabinete de guerra que acho que a única resposta aqui é uma solução de dois Estados que seja real”, disse o democrata, citando o apelido de Netanyahu.
A chamada “solução de dois Estados” é o projeto para a criação de um Estado palestino que coexista pacificamente com o israelense. A ideia tem como base as fronteiras estabelecidas antes do conflito de 1967: a Linha Verde, que delimita a Cisjordânia; a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, reivindicada pelos palestinos como sua capital.
Em 1988, o então líder palestino Yasser Arafat apresentou uma declaração de independência que falava, pela primeira vez, em “dois Estados para dois povos”, reconhecendo, então, o Estado de Israel e sua soberania sobre parte da Palestina histórica. O reconhecimento foi aceito pela Organização de Libertação da Palestina, que reúne uma gama de movimentos palestinos, com exceção do Hamas e da Jihad Islâmica.
Desde 1947, os dois Estados estão presentes no Plano da Nações Unidas para a Partilha da Palestina, enquanto Jerusalém ficaria como uma terceira entidade sob controle internacional. Os Acordos de Oslo previam que um Estado substituísse a Autoridade Nacional Palestina, em 1993. Como a ideia acabou não se concretizando, um grupo mediador formado por EUA, Rússia, União Europeia e Nações Unidas planejou a criação do Estado Palestino em 2005.
A iniciativa de paz árabe de 2002, que propõe a criação de um Estado palestino em troca do reconhecimento de Israel pelos países árabes, também é baseada nessa solução.