Biden diz estar ‘decepcionado’ com ausência de Xi na cúpula do G20
A delegação chinesa no evento deve ser liderada pelo primeiro-ministro, Li Qiang

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta segunda-feira, 4, estar “decepcionado” com a ausência do líder chinês, Xi Jinping, na próxima reunião do G20, na Índia. Pequim indicou, também nesta segunda, que o seu primeiro-ministro, Li Qiang, lideraria a delegação chinesa em Nova Deli.
“Estou desapontado… mas vou vê-lo”, disse Biden, sem especificar quando esse encontro ocorrerá.
O Ministério das Relações Exteriores da China deixou em aberto se Xi comparecerá à cúpula, mas agências internacionais de notícias afirmam que o mais provável é que ele falte à reunião do G20.
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A especulação acontece enquanto em meio ao agravamento das relações entre a China e a Índia. Entre outras coisas, os dois países ainda travam uma disputa territorial sobre a fronteira na região do Himalaia. Na semana passada, o governo indiano fez duras críticas a um mapa que Pequim divulgou na semana passada, que considera o estado de Arunachal Pradesh e o planalto de Aksai China como território chinês.
As relações entre China e Estados Unidos também continuam tensas, apesar de uma série de visitas diplomáticas de Washington este ano para reavivar o diálogo bilateral. Xi e Biden ainda terão a oportunidade de se encontrar em outro fórum neste ano: a reunião entre líderes da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, em São Francisco, em novembro.
A última reunião entre os presidentes das duas potências ocorreu durante a última cúpula do G20 na Indonésia, em 2022. Cerca de dois meses depois, um suposto balão espião chinês foi identificado nos céus americanos e deteriorou as relações bilaterais.
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Os dois países discordam sobre uma série de questões. Entre elas estão a invasão da Ucrânia pela Rússia, os direitos humanos em Xinjiang e Hong Kong, as reivindicações territoriais sobre Taiwan e o Mar da China Meridional e as restrições econômicas que limitam o acesso de Pequim a componentes de alta tecnologia.
Em uma visita à África do Sul no mês passado, para se reunir com os líderes do Brics, Xi criticou a “hegemonia” do Ocidente e pressionou as nações em desenvolvimento a “[sacudir] o jugo do colonialismo”. Inicialmente incluindo apenas Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, seis novos países (Argentina, Egito, Irã, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos) devem aderir ao Brics a partir de janeiro que vem, em uma vitória diplomática chinesa.