O governo local de Berlim, na Alemanha, impôs nesta terça-feira, 1, o uso de máscara em manifestações que contarem com mais de 100 pessoas. A medida sucedeu uma disputa entre as autoridades berlinenses e ativistas anti-isolamento nos últimos dias sobre a organização de protestos em espaços públicos.
“Para encontros ao ar livre de mais de 100 pessoas, especialmente manifestações, agora é obrigatório o uso de uma máscara facial”, publicou o chefe do governo de Berlim, Michael Müller, em sua conta oficial no Twitter.
ASSINE VEJA
Clique e AssineAté então na capital alemã o uso de máscaras era obrigatório apenas no transporte público e em espaços fechados, como escolas e lojas.
A ampliação da obrigatoriedade do uso de máscaras faz parte de uma série de medidas aprovadas nesta segunda-feira pelo Senado de Berlim. Dentre as outras decisões, eventos privados, como casamentos, com mais de 50 convidados deverão manter uma lista de contatos das pessoas que comparecerem.
Segundo estimativa desta segunda-feira do jornal americano The New York Times, a média semanal de novos casos da Covid-19 na Alemanha está em leve queda após ter crescido significativamente na primeira metade de agosto.
O número de novos contaminações nos últimos sete dias foi de apenas nove a cada 100.000 habitantes — cifra equivalente à registrada no Canadá.
Berlim está acima dessa média nacional, com 11 novos casos a cada 100.000 habitantes nos últimos sete dias. Três outros estados registraram índices piores que a capital: Baden-Würtemberg e Baviera (14 cada), e Bremen (12).
Protestos de sábado
O pacote anunciado nesta segunda-feira é uma reação do governo de Berlim aos episódios de sábado 29, que envolveram manifestações anti-isolamento e tumultos provocados por grupos da extrema-direita.
Dezenas de milhares de pessoas se reuniram na capital alemã em mobilização contra as medidas restritivas de movimento, que foram implementadas para conter a disseminação da Covid-19.
A princípio, as autoridades berlinenses buscaram proibir os protestos na cidade, mas uma decisão judicial permitiu a manifestação.
Ao mesmo tempo do protesto, também foram registrados dois incidentes violentos envolvendo a extrema-direita alemã. Em um deles, cerca de duas mil pessoas tumultuaram as proximidades da embaixada russa em Berlim. A concentração de radicais terminou em confrontos com a tropa de choque da polícia.
No outro incidente, centenas de neonazistas se reuniram na frente do Reichstag, sede do Parlamento alemão. Os extremistas estavam associados ao Reichbürger (“Cidadãos do Reich”), um movimento que não reconhece a autoridade ou as fronteiras da Alemanha de hoje.
Inicialmente, havia apenas três policiais na proteção do Reichstag. Foi necessário o reforço de parte dos 3.000 agentes deslocados para os protestos anti-isolamento.
(Com EFE)