Aviões de guerra russos e sírios bombardearam intensamente o noroeste da Síria nesta quinta-feira, 28, tentando repelir uma ofensiva rebelde liderada pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham, ex-braço sírio da Al-Qaeda.
O ataque, que abalou a província de Aleppo, é considerado o maior desde o cessar-fogo de 2020 e resultou em dezenas de feridos.
Os rebeldes, que avançaram quase 10 quilômetros a partir dos arredores de Aleppo, tomaram várias cidades e vilarejos, incluindo áreas sensíveis próximas a Nubl e Zahra, locais com forte presença do Hezbollah e milícias pró-iranianas.
Eles também atacaram o aeroporto de al-Nayrab, ao leste de Aleppo, onde forças iranianas mantêm bases estratégicas.
A facção islâmica argumenta que a ofensiva é uma resposta ao aumento de ataques aéreos russos e sírios contra civis, especialmente na província de Idlib, onde os insurgentes controlam o último grande enclave rebelde na Síria.
O serviço de resgate da oposição, os Capacetes Brancos, informou que 16 civis foram mortos durante os ataques aéreos russos na cidade rebelde de Atareb, intensificando a violência que já resultou em mais de 80 vítimas civis desde o início do ano.
Reação de Assad
O regime de Bashar al-Assad, que controla a maior parte do território sírio com o apoio militar de Rússia e Irã, acusou os rebeldes de provocar a escalada ao violar as zonas de desescalonamento estabelecidas pelo acordo de 2019, mediado pela Rússia, Irã e Turquia.
A resposta do exército sírio, apoiada por forças russas, já causou grandes perdas entre os grupos armados e continua em curso, conforme um comunicado oficial de Damasco. O governo sírio, que nega atacar civis de forma indiscriminada, busca retomar o controle total de Aleppo e da região ao redor.
A Turquia, que apoia facções rebeldes na Síria, está monitorando de perto os desdobramentos e tomou medidas de precaução para proteger suas tropas na região.
Fontes turcas destacaram que os rebeldes mantiveram suas operações dentro das zonas de redução de tensões acordadas, mas a situação continua volátil e pode arrastar ainda mais os países envolvidos no conflito.
Enquanto isso, o Hayat Tahrir al-Sham, listado como organização terrorista por países como os Estados Unidos e a Turquia, continua a ser uma das principais forças de resistência no noroeste da Síria.