A guarda costeira da Espanha afirmou nesta segunda-feira, 10, que encontrou um barco durante uma busca por uma embarcação que transportava pelo menos 200 migrantes africanos que desapareceu há mais de uma semana. O barco estava a 114 quilômetros das Ilhas Canárias e tinha cerca de 200 pessoas a bordo, segundo as autoridades espanholas.
O grupo humanitário Walking Borders informou que o barco de pesca partiu de Kafountine, uma cidade costeira no sul do Senegal que fica a cerca de 1.700 km da ilha espanhola de Tenerife, no dia 27 de junho com destino às Ilhas Canárias. Segundo a organização, muitas crianças estavam entre os 200 passageiros. O serviço de resgate marítimo da Espanha disse que um avião está auxiliando nas buscas de sobreviventes.
Outros dois barcos também estão desaparecidos, mas não há muitos detalhes sobre as demais embarcações. Helena Maleno, do Walking Borders, declarou que um transportava cerca de 65 pessoas, e o outro 60.
A notícia vem apenas algumas semanas depois que a Europa viu um de seus piores naufrágios de imigrantes no Mediterrâneo, quando uma embarcação superlotada afundou na costa grega. Pelo menos 78 pessoas se afogaram, mas as Nações Unidas informaram que até 500 ainda estão desaparecidas.
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A viagem da África Ocidental para as Ilhas Canárias está entre as rotas de imigração mais perigosas do mundo. As pessoas costumam navegar em barcos pesqueiros simples, sem estrutura suficiente para enfrentar as poderosas correntes do Atlântico.
Em 2022, pelo menos 559 pessoas morreram no mar tentando chegar às ilhas espanholas, disse a Organização Internacional para as Migrações (OIM) das Nações Unidas. O número de mortos em 2021 foi de 1.126. Porém, a OIM diz que as informações sobre o número de partidas da África Ocidental são escassas e os naufrágios muitas vezes não são relatados.
Os migrantes costumam ser de Marrocos, Mali, Senegal, Costa do Marfim ou de outras origens subsaarianas. Segundo o Ministério do Interior da Espanha, 15.682 pessoas chegaram às Ilhas Canárias sem permissão em 2022, uma queda de mais de 30% em relação a 2021.
“Apesar da queda ano a ano, os fluxos ao longo desta rota perigosa desde 2020 permanecem altos em comparação com os anos anteriores”, disse a OIM.