O Uruguai informou nesta segunda-feira, 15, que está em situação de “alerta” em relação à propagação do novo coronavírus por meio da fronteira com o Brasil. Autoridades do departamento de Rivera, no nordeste do país, expressaram preocupação ao saberem que quatro regiões do vizinho Rio Grande do Sul passaram à “bandeira vermelha”.
Alma Galup, intendente de Rivera, afirmou que está “atenta e alerta” devido ao alto risco de transmissão da Covid-19, doença respiratória causada pelo vírus em algumas partes da fronteira com o Brasil. Após a reabertura, as zonas de Caxias do Sul, Santa Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana apresentaram piora nos indicadores de propagação da doença e redução da capacidade do sistema de saúde, fazendo com que parte do comércio e do setor de serviços fosse fechado.
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Clique e AssinePor enquanto, o Uruguai não tomou novas medidas. Contudo, Galup disse que a notícia preocupa, já que basta atravessar uma rua ou uma praça para cruzar a fronteira entre a cidade uruguaia de Rivera e a brasileira Santana do Livramento.
“Até agora, [a circulação] é normal. Entraram turistas no fim de semana, muitos turistas, e foi normal. Só que, diante de um problema, vamos ter que adotar medidas em comum para solucionar problemas em comum”, disse a intendente.
Após conversas entre os presidentes Luis Lacalle Pou e Jair Bolsonaro, Uruguai e Brasil decidiram, em 25 de maio, aplicar um tratado de vigilância que criou uma comissão binacional de saúde para tomar medidas “espelhadas” diante da crise.
Segundo Galup, há 36 casos ativos da Covid-19 em Santana do Livramento – onde, após a declaração da “bandeira vermelha” no sudoeste do Rio Grande do Sul, ela acredita que lojas e escolas podem ser fechadas.
O departamento de Rivera não tem novos casos positivos há quatro dias, segundo a intendente.
O Uruguai já registrou 848 casos de Covid-19, entre eles 23 mortes, desde 13 de março, quando foi decretada a emergência sanitária. O país declarou ter controlado a pandemia, com achatamento da curva, no final de maio.
O Brasil já foi apontado como motivo de preocupação por outros países vizinhos, como o Paraguai. O presidente Mario Abdo Benítez disse que o país “é uma grande ameaça” à saúde dos paraguaios, entre os quais há 1.246 casos positivos e 12 mortes.
Na Argentina, com 31.577 infecções e 842 mortos, os dados diários divulgados pelo Ministério da Saúde brasileiro viraram motivo de chacota nas redes sociais, onde servem como exemplo negativo. No Brasil, acumulam-se mais de 867.624 casos e 43.332 mortes. “O que um ‘lockdown’ não faz né?”, questionam argentinos no Twitter.
(Com EFE)