Uma autópsia independente concluiu nesta segunda-feira, 1, que a causa de morte de George Floyd foi “asfixia devido a pressão constante”. O afro-americano foi sufocado por um policial quando estava desarmado, em Mineápolis, no último dia 25, o que teria levado a uma falta de fluxo sanguíneo no cérebro.
O ex-policial branco Derek Chauvin prensou seu joelho contra o pescoço de Floyd por mais de 8 minutos, durante os quais ele estava algemado e deitado no asfalto, e por quase três minutos após ele ter parado de responder. Outros policiais estavam ajoelhados no chão, de costas. Segundo o advogado da família Floyd, Ben Crump, seu cliente essencialmente faleceu no local.
Floyd foi preso sob a suspeita de tentar usar uma nota falsificada de 20 dólares.
De acordo com a emissora americana CNN, autópsia independente foi comissionada pela família da vítima, após a divulgação na semana passada de um relatório preliminar de autópsia. O documento havia indicado que provavelmente contribuíram para sua morte os efeitos combinados de ser contido pelos policiais, potenciais intoxicantes no sistema de Floyd e seus problemas de saúde subjacentes – apesar de resultados de toxicologia poderem levar semanas.
Mesmo o relatório sendo preliminar, o legista responsável afirmou que a autópsia “não revelou achados físicos que apoiam o diagnóstico de asfixia traumática ou estrangulamento”.
A causa da morte de Floyd continua sendo investigada pelas autoridades locais, estaduais e federais, segundo o Gabinete dos Examinadores Médicos do Condado de Hennepin.
Todos os quatro policiais envolvidos na cena do sufocamento foram demitidos no dia seguinte à morte de Floyd. O ex-policial Chauvin é acusado de assassinato em terceiro grau e homicídio culposo em segundo grau e está sob custódia em uma prisão estadual. Os três outros policiais não foram detidos ou acusados de nenhum crime.
A morte de Floyd incitou uma onda de protestos que se alastrou pelos Estados Unidos. As manifestações já deixaram ao menos seis mortos e se espalham por 140 cidades, com relatos de saques a lojas e incêndios. Vinte e um estados já pediram a intervenção da Guarda Nacional. Atos violentos foram registrados, como uso de balas de borracha pela polícia em Los Angeles, na Califórnia, e confrontos entre manifestantes e policiais na Filadélfia, no estado da Pensilvânia.
O presidente americano, Donald Trump – que chegou a se refugiar em um bunker no subsolo da Casa Branca durante os protestos –, chamou alguns governadores de “fracos” e pediu que “dominassem a situação” nas ruas.