Para tentar conter um preocupante novo foco de casos de contaminação do novo coronavírus, o governo da Austrália isolará os 6,6 milhões de habitantes do estado de Victoria a partir desta terça-feira, 7.
Pela primeira vez desde o início da pandemia, a fronteira entre os dois estados mais populosos do país, Victoria e Nova Gales do Sul, será fechada a partir de meia-noite, anunciaram os dois governos. Militares e policiais irão controlar a divisa para limitar o fluxo de pessoas.
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Clique e AssineVictoria anunciou nesta segunda-feira, 6, um recorde de 127 novos casos, depois que o vírus se propagou por Melbourne. O primeiro-ministro do estado, Daniel Andrews, descreveu a decisão de fechar o estado como o “passo inteligente, o passo correto neste momento, dados os importantes desafios que enfrentamos para conter o vírus”.
Depois de semanas de flexibilização das restrições pelo vírus, Melbourne registrou um grande aumento da transmissão, o que levou as autoridades da saúde a isolar de maneira efetiva alguns bairros da cidade até o fim de julho. Pelo menos 16 novos casos foram registrados em nove torres de apartamentos populares, onde 3.000 moradores foram mantidos em suas casas no sábado, na resposta mais estrita à Covid-19 na Austrália até o momento.
Existem 55 pontos de travessia terrestre entre Victoria e Nova Gales do Sul. O cruzamento da fronteira será permitido apenas para pessoas que obtiverem uma permissão especial, concedida em casos de trabalho e outros casos de necessidade. Todos os passageiros que viajarem de Victoria para outras partes do país de avião terão que passar por 14 dias de quarentena obrigatória. Quem descumprir as medidas será multado.
Em todo o estado de Victoria, 2.663 pessoas foram infectadas pelo coronavírus e 22 morreram. Em todo o país, foram registrados mais de 8.500 casos e 106 óbitos.
A Austrália não é o primeiro país a voltar a impor medidas de isolamento após novos surtos da Covid-19. A cidade de Lérida, na Espanha, e algumas áreas ao redor de Lisboa também tiveram que retornar à quarentena nas últimas semanas. Pequim, Leicester, no Reino Unido, e uma série de cidades nos Estados Unidos também tiveram que recrudescer as regras após novas ondas.
(Com AFP)