Stephen Paddock, o atirador responsável pelo massacre que deixou 59 mortos e centenas de feridos em Las Vegas, transferiu 100.000 dólares para uma conta bancária nas Filipinas na semana anterior ao ataque, o mais mortífero cometido com armas de fogo nos Estados Unidos. A informação, anunciada por redes de notícias americanas, foi confirmada por oficiais do governo.
As autoridades apuram o porquê do envio da quantia ao país asiático e para quem o dinheiro era destinado. As investigações mostram que Marilou Danley, companheira de Stephen, estava nas Filipinas no momento do ataque, mas não estabeleceram a relação entre a transferência bancária e sua viagem. Ela deixou os Estados Unidos rumo a Hong Kong no dia 25 de setembro, e será interrogada nesta quarta-feira, quando volta ao território americano.
Na segunda-feira, Joe Lombardo, xerife da polícia da região de Clark, disse que as autoridades conversaram com Danley por telefone e acreditam que ela não esteja envolvida. “Mas, claro, as investigações vão continuar”, disse a repórteres. Inicialmente, a companheira de Paddock foi considerada suspeita pelas forças policiais, mas a polícia apurou que o atirador havia usado seus documentos e que ela estava fora do país.
Os motivos que levaram Paddock a cometer o crime continuam misteriosos para as autoridades. Oficiais vasculham todos os dados pessoais e financeiros do atirador em busca de pistas que possam levar às causas do massacre – a associação dele com organizações terroristas, a despeito de o Estado Islâmico assumir a autoria do atentado, foi descartada. Para o presidente americano Donald Trump, Paddock era “um homem doente”. “Estamos lidando com um indivíduo muito, muito doente”, ele anunciou nesta terça-feira.
Solidariedade x protesto
Milhares de pessoas atenderam ao pedido das autoridades por doações de sangue para as vítimas do ataque em Las Vegas, o que gerou filas de até oito horas de espera. O xerife-assistente de Las Vegas, Todd Fasulo, solicitou aos voluntários que não compareçam mais aos centros de doação por enquanto, pois todos estão “sobrecarregados” e já contam com suprimentos “mais do que suficientes para o futuro próximo”, de acordo com as autoridades médicas.
O cantor americano Lance Bass foi um dos voluntários dispostos a contribuir, mas não pôde fazê-lo por questões legais. De acordo com a legislação nacional, homens que fizeram sexo com outros homens em um período de doze meses não podem doar sangue. Lance, homossexual assumido e casado com um homem, protestou em sua conta no Twitter. “Como AINDA pode ser ilegal gays doarem sangue?”, escreveu.