Um atentado com carro-bomba deixou pelo menos dois mortos e 25 feridos neste domingo em Aleppo (norte), segunda maior cidade da Síria, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) e a televisão estatal síria.
A televisão indicou “um ataque terrorista cometido no bairro de Souleimaniyeh, entre dois prédios residenciais”.
“A explosão deixou dois mortos, uma mulher e um homem das forças de segurança, e cerca de trinta feridos”, indicou, exibindo imagens de prédios destruídos e carros atingidos pelo atentado.
“Três civis foram mortos e mais de 25 pessoas ficaram feridas na explosão de um carro-bomba no bairro de Souleimaniyeh, em Aleppo, perto da sede da Segurança Política”, indicou o OSDH.
“O regime sírio tem a intenção de aterrorizar as regiões maiores, particularmente Damasco e Aleppo, onde grandes manifestações foram realizadas nas últimas semanas”, afirmou à AFP Samir Nachar, membro do executivo do CNS.
Segundo ele, esses ataques também têm como objetivo “amedrontar as minorias”, já que dois atentados, em Damasco e em Aleppo, ocorreram nos bairros onde vive uma grande comunidade cristã.
“O regime foi capaz de praticar tais explosões para dizer aos habitantes que o país vai direto para o caos”, declarou.
“O regime quer também enviar a mensagem ao exterior de que a Al-Qaeda entrou na Síria”, mas a Al-Qaeda não reivindicou esses ataques, como faz normalmente.
Segundo Mohammad al-Halabi, porta-voz dos comitês locais de militantes da região de Aleppo, a explosão ocorreu às 12h50 locais (07h50 de Brasília) na área da sede da Segurança Política e foi “seguida de forte tiroteio”.
No sábado, dois ataques com carros-bomba, atribuídos pelas autoridades sírias a “terroristas”, deixaram 27 mortos e 140 feridos em Damasco.
Desde o final de dezembro, vários atentados deixaram dezenas de mortos na Síria, principalmente em Damasco e em Aleppo. Autoridades e militantes contrários ao regime se acusaram mutuamente pelos ataques.
No dia 10 de fevereiro, dois atentados com carros-bomba sacudiram Aleppo, deixando 28 mortos e 235 feridos.
A Síria enfrenta desde 15 de março de 2011 uma revolta sem precedentes contra o regime do presidente Assad, que atribui a responsabilidade por este movimento a “grupos terroristas”. Há um ano, a violência deixou mais de 9.000 mortos na Síria, segundo as ONGs.