Ataque contra mesquita xiita deixa 56 mortos em Cabul
A notícia dos disparos foi dada anteriormente pelo chefe da polícia criminal, general Mohamad Salim Amas
Um ataque contra uma mesquita xiita em Cabul deixou 56 mortos e 55 feridos, na sexta 20. Reivindicado pelo Estado Islâmico (IE) –composto por extremistas sunitas para quem o xiismo é heresia –, o massacre na capital do Afeganistão levou fiéis e autoridades religiosas a pedir novas medidas de segurança para esses lugares particularmente vulneráveis.
O ministério do Interior, por meio de seu porta-voz Najib Danish, anunciou neste sábado um balanço revisado em alta de “56 mortos, incluindo mulheres e crianças, e 55 feridos”, vitimados durante a oração da noite por um suicida na mesquita Imam Zaman, no coração de um bairro predominantemente xiita no oeste da cidade.
“Estávamos quase no meio da oração quando houve uma grande explosão, não vi o suicida. Havia mortos e feridos em todos os lugares, era um caos, todos gritavam, chamavam seus parentes”, relatou neste sábado Jan Ali, de 47 anos, queimado no rosto e ferido nas mãos e pernas por estilhaços. O terrorista abriu fogo em meio à multidão, antes de acionar sua carga explosiva.
Nas imagens divulgadas pelas agências internacionais, é possível ver paredes manchadas, espirradas de sangue a mais de dois metros de altura, janelas quebradas, tapetes cheios de estilhaços, roupas e sapatos das vítimas.
O ataque foi o décimo, desde o verão de 2016, a atingir a minoria xiita no Afeganistão, de acordo com informações da agência AFP. A maioria dos atentados foi reivindicado pelo EI, ativo no leste do país desde 2015.
Na sexta-feira à noite, o assassino teria conseguido entrar disfarçado de mulher, segundo Ibrahim, um representante da comunidade de Dasht-e-Barchi.
“Todos os homens foram revistados”, diz ele. “O terrorista conseguiu se esconder sob um longo véu feminino”, disse ele.