Ataque aéreo israelense mata duas pessoas em Damasco, diz Síria
Tel Aviv não comentou o incidente; governo sírio virou alvo por ser um dos aliados do Irã, e tensão eleva risco da guerra em Gaza se expandir
![Two men stand on the balcony of a buildling reportedly targeted by Israeli air strikes in the Kafr Sousa district of the Syrian capital Damascus on February 21, 2024. At least two people were killed on February 21 in an Israeli attack on Damascus, according to the Syrian Observatory for Human Rights and Syrian state media. (Photo by LOUAI BESHARA / AFP)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2024/02/000_34JU98Q.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
A TV estatal da Síria e o Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirmaram nesta quarta-feira, 21, que um ataque aéreo israelense atingiu um prédio residencial no distrito de Kafr Sousa, na capital do país, Damasco, matando duas pessoas.
Uma fonte militar, citada pela televisão, disse que o ataque ocorreu por volta das 9h40 (5h40 em Brasília) e também feriu várias outras pessoas. Segundo suas informações, os mortos eram civis.
A fonte militar alegou, porém, que o “ataque não atingiu os seus objetivos”.
O que aconteceu
Imagens da TV mostraram o edifício atingido, de vários andares, com a lateral carbonizada. O bairro abriga edifícios residenciais, escolas e centros culturais iranianos, e fica perto de um grande complexo fortemente vigiado, usado pelas agências de segurança. Segundo a TV estatal, testemunhas ouviram várias explosões consecutivas, que assustaram as crianças de uma escola próxima.
O distrito foi alvo de um ataque israelense em fevereiro de 2023 que matou especialistas militares iranianos.
Tel Aviv não comentou o ataque, por enquanto.
“Eixo da Resistência”
A Síria faz parte da rede de aliados do Irã no Oriente Médio, que também inclui facções militares, como o grupo libanês Hezbollah. O presidente sírio, Bashar al-Assad durante, contou com o apoio de Teerã durante a guerra civil de quase 12 anos na Síria. Isso atraiu ataques aéreos israelenses regulares, com objetivo de restringir o poder militar dos iranianos fora de seu país.
Esses ataques aumentaram desde o ataque do grupo terrorista palestino Hamas contra Israel, em 7 de outubro, devido ao aumento da tensão regional. Mais de meia dúzia de oficiais da Guarda Revolucionária Iraniana foram mortos em supostos ataques israelenses contra Síria desde dezembro.
Como resultado, segundo a agência de notícias Reuters, a Guarda reduziu o destacamento dos seus militares de alta patente na Síria e delegou às milícias xiitas aliadas o trabalho de preservar a sua influência no país.
O Irã, que também apoia o Hamas, tem tentado ficar de fora do conflito direto em Gaza e das suas repercussões. Isso apesar de apoiar facções no Líbano, Iêmen, Iraque e Síria que entraram na luta – o chamado “Eixo da Resistência”, cuja essência é ser contra o Estado judeu e anti-americano.