Um ataque armado durante um ato político na capital do Afeganistão, Cabul, matou 32 pessoas nesta sexta-feira, 6. O Talibã negou ser responsável pelo atentado que ocorre menos de uma semana depois da assinatura do acordo de paz com os Estados Unidos.
O ato, em homenagem a Abdul Ali Mazari, um falecido político xiita da minoria hazara, contava com a presença do primeiro-ministro, Abdullah Abdullah, o ex-presidente Hamid Karzai e o ex-primeiro-ministro Salahuddin Rabbani. No Afeganistão, a vertente dominante do islã é a sunita.
Os tiros foram disparados a partir de um prédio próximo. As forças de segurança afegãs realizaram uma varredura no local, mas os terroristas não foram capturados.
O Talibã, por sua vez, negou a autoria. Em 2019, um ataque com morteiros realizado pelo braço armado do Estado Islâmico no Afeganistão contra a mesma cerimônia matou 11 pessoas.
O ataque desta sexta-feira aconteceu menos de uma semana depois da assinatura de um acordo de paz entre os Estados Unidos e o Talibã no sábado 29. O pacto abre caminho para a retirada completa das tropas estrangeiras do Afeganistão em 14 meses, em troca da de um processo de conciliação entre os insurgentes e o governo do país.
Uma trégua parcial instaurada a pedido de Washington em 22 de fevereiro foi suspensa pelos talibãs na segunda-feira 2. Desde então, eles intensificaram os ataques contra as forças de segurança afegãs e deixaram de atuar contra as tropas internacionais.
Um dos principais entraves para o acordo de paz prosperar no Afeganistão é a situação dos cerca de 5.000 talibãs sob custódia do governo e os 1.000 prisioneiros confinados pelos insurgentes.