Reunidos em Buenos Aires para a reunião de cúpula do G20, os líderes das maiores economias do mundo degustarão os famosos vinhos, carnes e doce de leite argentinos. O governo de Maurício Macri, entretanto, não se esqueceu de fazer um encontro entre os poderosos chefes de governo e a cultura popular de seu país. Incluiu no menu o típico “choripán”, sempre à venda nas ruas de qualquer cidade do país e, em especial, nos arredores dos estádios de futebol.
Pão com linguiça grelhada, o “choripán” é o sanduíche mais popular da Argentina. Vence o cachorro-quente e o hamburguer em favoritismo e, no Brasil, poderia ser comparado à preferência nacional pelo “espetinho de gato”, pastel e coxinha de frango.
O acepipe será servido às autoridades durante o almoço de sexta-feira (30), dia de abertura do encontro, no Centro de Convenções Costa Salguero, ao lado do Rio da Prata. este será um dos momentos de descontração dos líderes do G20, cujas discussões em Buenos Aires envolverão a guerra comercial entre Estados Unidos e China e seus impactos para a economia mundial.
O encontro marcará a primeira visita à América do Sul do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que já anunciou um encontro privado com seu colega chinês, Xi Jinping, com quem está em franca confrontação na área comercial. Na lista de convivas, porém, estão pelo menos três, que devem rejeitar o “choripán”, por razões religiosas – o príncipe herdeiro da Arábia, Mohamed Bin Salman, e os presidentes da Turquia, Recep Erdogan, e da Índia, Pranab Mukherjee.
“A ideia foi destacar os produtos argentinos, tudo com produtos da estação, da primavera, e tipicamente argentinos, que nos representem”, disse o chef de cozinha Tommy Perlberger, sócio da EAT, a empresa encarregada da alimentação durante a reunião de cúpula.
Perlberger explicou que, na sexta-feira, os líderes almoçarão olho de bife e, como sobremesa, flan de doce de leite e sorvete de coco. Mas o toque mais “criollo” da primeira refeição do evento será o “choripán”, que serão servidos como entrada.
“Fizemos toda uma busca de qual era o melhor chouriço que existe na Argentina. Pedimos que os fizessem especialmente de um tamanho para que não seja muito grosso nem pequeno demais, e o pão tinha de ser um típico de padaria argentina”, detalhou Perlberger.
Não foi revelado se a linguiça será cozida sobre grelhas, na brasa de carvão, como manda a receita original, ou em fogão convencional. A Prefeitura de Buenos Aires causou polêmica há alguns anos ao proibir o uso do carvão para os vendedores de rua de choripán.
Na noite de sexta-feira, durante o jantar de gala no Teatro Colón, o EAT servirá aos dignitários um rolinho de caranguejo – pescado da província da Terra do Fogo, no extremo sul do país – com abacate e crocante de amêndoas. O prato principal do sábado será cordeiro patagônico na brasa.
As refeições serão acompanhadas de vinhos de lugares diferentes da Argentina e, tanto nos almoços como no jantar, terminarão com o costumeiro café – de preferência “cortado”, com leite.
“Tenho 30 anos de carreira, fiz muitos eventos importantes, e este sem dúvida está no pódio”, disse Perlberger. “Adoraria que os presidentes partissem daqui encantados com nossos produtos e que em algum momento, quem sabe, isso renda alguma compra deles”.
(Com Reuters)