Poucas horas depois do Ministério da Segurança da Argentina anunciar a prisão de três cidadãos estrangeiros por suspeitas de integrarem uma célula terrorista, a ministra Patricia Bullrich revelou, nesta quarta-feira, 3, que os homens tinham reservado um hotel a duas quadras da embaixada israelense, palco do primeiro atentado contra a comunidade judaica em Buenos Aires, em 1992. Dois anos depois, o segundo atentado, contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina, deixou 85 mortos e mais de 300 feridos.
A ministra assegurou que a Casa Rosada está “muito atenta” ao caso, levando em consideração que o país recebe os Jogos Macabeus Panamericanos, que acontecem em Buenos Aires até a quinta-feira e reúnem cerca de 4.200 atletas judeus.
“Foram obtidas informações de inteligência fornecidas por uma combinação de elementos, tanto dos Estados Unidos como de Israel, bem como informações recebidas por um membro da Gendarmaria que foi treinado em antiterrorismo pelos seus homólogos na Colômbia”, disse Bullrich, que disse ainda que a Diretoria de Investigações Federais – onde fica a área antiterrorismo da Polícia Federal –já encaminho as informações a uma juíza, que judicializou a questão e se encarregou da investigação.
Ainda segundo Bullrich, os três suspeitos estavam à espera de um pacote que veio do Iêmen, o que foi um “forte sinal de alerta”. O pacote, de 35 quilos, está em análise e seria recebido em uma das residências onde ficariam os investigados.
Em nota, o Ministério da Segurança afirmou que um dos três detidos portava passaportes da Venezuela e a Colômbia. Segundo a pasta, os três tinham “origem síria e libanesa”.
NEUTRALIZAMOS LA LLEGADA DE UNA POSIBLE CÉLULA TERRORISTA AL PAÍS
Fue en el marco de una investigación conjunta con la Dirección Nacional de Inteligencia Criminal y la Policía de Seguridad Aeroportuaria. En un operativo de la Policía Federal se detuvo a los tres sospechosos. pic.twitter.com/4TWdEPB0JG— Ministerio Seguridad (@MinSeg) January 3, 2024
Há poucas semanas, como parte do alerta internacional que se seguiu ao ataque terrorista do grupo militante palestino Hamas a Israel em 7 de outubro, o Conselho de Segurança Nacional israelita aumentou o nível de alerta de viagem para os seus cidadãos em 80 países, incluindo a Argentina e o Brasil.