Argentina fecha acordo com FMI para liberar US$ 7,5 bilhões em empréstimos
Apesar da mastodôntica dívida pública portenha de US$ 44 bilhões, flexibilização decorre do ambiente econômico 'desafiador' gerado pela seca devastadora
O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta sexta-feira, 28, que chegou a um acordo com a Argentina para desbloquear US$ 7,5 bilhões (R$ 35,3 bilhões) e concluir a quinta e a sexta revisões do programa de empréstimos de US$ 44 bilhões (R$ 207,6 bilhões) do país.
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O acordo ainda precisa da aprovação do Conselho Executivo da organização financeira. No entanto, justificou a flexibilização de alguns requisitos do programa, como o descumprimento dos critérios de desempenho para acumulação de reservas internacionais em junho deste ano, porque uma seca devastadora criou um ambiente econômico “muito desafiador” na Argentina.
“As principais metas do programa até o final de junho não foram alcançadas devido ao impacto maior do que o previsto da seca, bem como a derrapagens e atrasos nas políticas”, afirmou o FMI em nota à imprensa.
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A ação é parte de um pacote de medidas anunciado pelo governo e alinhado com o FMI, com objetivo de conter a fuga de dólares e aumentar a arrecadação do país para conseguir quitar sua dívida pública e evitar uma desvalorização geral do peso.
A nação portenha fez um empréstimo de US$ 57 bilhões (R$ 269 bilhões) com o órgão em 2018, o maior da história, durante a gestão de Mauricio Macri. Para evitar inadimplência, seu sucessor, o atual presidente, Alberto Fernández, renegociou o valor para US$ 44 bilhões em 2022, prevendo dez revisões trimestrais do acordo.
Segundo a nota do FMI, a próxima revisão está prevista para novembro.
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Apesar de facilitar alguns requisitos, a meta de déficit fiscal primário de 2023 permanece inalterada, em 1,9% do PIB. De acordo com o órgão internacional, o objetivo exige maior rigidez da postura fiscal no segundo semestre deste ano.
Na quarta-feira 26, o FMI fez uma revisão de seu prognóstico sobre o desempenho da economia da Argentina em 2023, passando de projeção de leve expansão para uma queda de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) argentino. Além disso, estimou que a inflação no país deve chegar a 120% este ano, o que acirra a disputa e eleva tensões das eleições presidenciais argentinas de outubro.