A Arábia Saudita executou 37 homens condenados por crimes relacionados ao terrorismo nesta terça-feira, 23, em Riad e outras partes do país. Um deles, Khaled Abdulkarim Saleh Al-Tuwaijri, foi crucificado. Os outros 36 foram decapitados por golpe de cimitarra ou fuzilamento. Dois deles tiveram o corpo atado no alto de postes para servir de exemplo.
A notícia foi divulgada pela Agência Saudita de Imprensa (SPA), com base em informações do Ministério do Interior. A nota do ministério não explica por que Tuwaijri recebeu a pena de crucificação, mas atribui a todos os condenados a responsabilidade por ataques com explosivos a instalações de segurança e a cooperação com “organizações inimigas”.
Segundo o governo saudita, os veredictos foram confirmados pela corte de apelação da Justiça.
“O Ministério do Interior reitera que este país não desistirá de dissuadir qualquer um que possa pensar em ameaçar a segurança ou a estabilidade assim como os sauditas e os residentes em seus territórios, acrescentando que continuará resoluta e firmemente a buscar a Justiça por meio da aplicação das regras da sagrada Sharia a qualquer um que cruze os limites impostos por Alá”, diz a nota.
“Também alerta qualquer um que cometa atos de terrorismo e criminosos que a Sharia prescreve punições”, completa o texto do Ministério do Interior.
As sentenças foram cumpridas em Riad, nas cidades sagradas de Meca e Medina e nas províncias de Qassim e do Leste, onde se concentra a comunidade xiita, segundo a Al Jazeera. A emissora disse que as execuções se deram um dia depois de o Estado Islâmico no Iraque e Síria ter assumido a autoria de um ataque a um edifício das forças de segurança sauditas em Zulfi, no domingo. No atentado, três agentes foram feridos e os quatro terroristas foram mortos.
A Arábia Saudita aplica a pena capital aos condenados por terrorismo, homicídio, estupro, roubo armado e tráfico de drogas. O país está entre os que mais aplicam essa punição e é apontado por organizações internacionais como um dos mais distanciados do conceito de direitos humanos. Desde o início deste ano, pelo menos 100 pessoas foram executadas na Arábia Saudita, segundo a Al Jazeera. No ano passado, foram 149.