A Arábia Saudita afirmou nesta terça-feira que apoia a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar o país do acordo nuclear firmado com o Irã em 2015.
“O reino (saudita) reafirma seu apoio e dá boas-vindas à estratégia que foi anunciada pelo presidente dos Estados Unidos a respeito do Irã”, disse o governo através da agência estatal SPA.
Trump anunciou hoje que os Estados Unidos deixarão o acordo nuclear com o Irã e voltarão a impor sanções contra a República Islâmica, medidas que haviam sido suspensas devido ao pacto, por considerar que há provas de que Teerã mentiu quando disse que seu programa atômico tinha fins pacíficos.
Logo após, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos países signatários do acordo nuclear que sigam cumprindo o pacto apesar da saída dos Estados Unidos.
Em mensagem divulgada através de seu porta-voz, Stéphane Dujarric, Guterres declarou estar “muito preocupado” com a decisão tomada pelo presidente Donald Trump e reiterou que o acordo é uma “grande conquista” da diplomacia e das políticas de não-proliferação nuclear.
O atual presidente americano critica o acordo por não incluir o programa de mísseis balísticos do Irã ou o apoio governamental iraniano a grupos como o Hezbollah e a ajuda enviada por eles ao presidente sírio Bashar Assad. Trump também critica o fato de os termos do acordo terem data para expirar. Ele afirma que o pacto “deu à ditadura do Irã uma linha de vida política e econômica”.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, um dos inimigos do Irã, também é altamente crítico ao pacto atual. Buscando garantir a retirada de Trump do pacto, ele apresentou na semana passada o que disse ser provas de que o Irã mentiu sobre suas ambições nucleares nos anos 2000. Porém as informações utilizadas por Netanyahu parecem coincidir com as que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) já informara anteriormente sobre o programa nuclear de Teerã.
Enquanto isso, muitos iranianos dizem que não viram os benefícios econômicos que o presidente Hassan Rohani prometeu com o acordo. O público foi atingido pela espiral inflacionária, que alimentou protestos pelo país em dezembro e janeiro.
Após o anúncio desta terça, Rohani tachou a decisão de Trump de “inaceitável”. “Não fizemos nada incorreto, e é inaceitável que os EUA se retirem”, disse em discurso televisionado.