Após suspensão de diálogos, Coreias marcam reunião para dia 14 de junho
Os dois países tratarão de assuntos militares e buscarão organizar um encontro entre as famílias separadas pela Guerra da Coreia
As duas Coreias concordaram nesta sexta-feira em realizar conversas militares no próximo dia 14, as primeiras deste tipo em quase quatro anos, informou o Ministério da Unificação. Um reencontro entre as famílias coreanas separadas pela guerra também estará na pauta da reunião.
As delegações dos dois países chegaram a um acordo hoje, em uma reunião de alto nível mantida na fronteira que os separa. Eles concordaram em realizar a conversa apenas dois dias depois da data prevista para a cúpula entre Donald Trump e Kim Jong-un, embora a realização desta ainda não esteja confirmada. O dirigente norte-coreano, Kim Yong-chol, e o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, ainda tentam salvar a cúpula.
A última vez que as duas Coreias, tecnicamente ainda em guerra, realizaram esse tipo de reunião para aliviar as tensões regionais foi em outubro de 2014.
Além disso, os dois países concordaram em abrir um escritório de ligação na fronteira “o mais rápido possível” e realizar uma reunião no dia 22 dos seus respectivos representantes da Cruz Vermelha para organizar um encontro das famílias separadas pela Guerra da Coreia.
A reunião de hoje buscava começar a implementar o que foi acordado entre as duas Coreias na declaração conjunta assinada no fim de abril, onde concordaram estreitar a cooperação e trabalhar para a paz e a “desnuclearização total” da península.
Em reunião na quinta-feira 31 com o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, o líder norte-coreano reafirmou seu compromisso com a desnuclearização, porém, de forma progressiva. O governo afirmou que o tema da desnuclearização deve ser resolvido por meio de “diálogo efetivo e negociações construtivas” com os Estados Unidos, e pediu esforços “para alcançar uma solução de acordo com os interesses de ambas partes através de um novo método e em uma nova era”.
Durante seu encontro com Lavrov, Kim reafirmou seu compromisso para o abandono das armas nucleares na península da Coreia e expressou seu desejo de que tanto esse processo como as relações entre Pyongyang e Washington “se resolvam de forma progressiva”.
Essa aproximação recente entre as duas Coreias atravessou uma crise no mês passado, quando Pyongyang cancelou subitamente a reunião de alto nível prevista originalmente para o dia 16 de maio e condenou as manobras conjuntas aéreas realizadas pelos Estados Unidos e pela Coreia do Sul.
Os contatos foram recuperados após uma reunião surpresa realizada no sábado passado entre o presidente do Sul, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
(Com EFE)