O porta-contêineres de bandeira panamenha Ever Given voltou a navegar nesta quarta-feira, 7, após ter permanecido retido desde o final de março no Canal de Suez pelas autoridades egípcias, depois que a empresa proprietária do navio chegou a um acordo financeiro pelo bloqueio desta rota.
O grande navio de 400 metros de comprimento ergueu as âncoras por volta das 11h20 (6h20 de Brasília) no Grande Lago localizado na parte central do Canal de Suez, onde estava com toda a sua tripulação a bordo por ordem de um tribunal egípcio. Mais de 20 tripulantes tiveram de permanecer no Ever Given até que se chegasse a uma resolução.
Embora tenha ficado encalhada apenas seis dias, a embarcação foi impedida pela responsável pela hidrovia de seguir adiante até que o proprietário pagasse uma indenização por danos durante o bloqueio do canal, por onde cerca de 15% do tráfego marítimo mundial transita. A rota é a mais curta entre a Europa e a Ásia.
Na terça-feira, o Tribunal Econômico da cidade de Ismailiya, localizada próximo ao canal, decidiu suspender a ordem emitida em 13 de abril para permitir que o Ever Given navegue livremente, depois que a Autoridade do Canal de Suez notificou que havia chegado a um acordo com a empresa japonesa Shoei Kisen.
O acordo deverá ser assinado nesta quarta-feira pelo chefe da Autoridade do Canal de Suez, o almirante Osama Rabie, o representante da empresa japonesa e “vários embaixadores e parceiros internacionais”, afirmou a entidade gestora no início desta semana.
Os detalhes do acordo final ainda são desconhecidos, mas a Autoridade do Canal exigiu inicialmente uma indenização de US$ 916 milhões, que após meses de negociações concordou em reduzir para US$ 550 milhões devido aos danos causados.
O Ever Given seguirá ainda nesta quarta-feira rumo ao porto de Rotterdam, na Holanda, que era seu destino final quando ficou encalhado em uma margem do Canal de Suez no final de março.
Ao longo de quase uma semana, o congestinamento gerado pelo encalhamento afetou mais de 450 navios. De acordo com a Lloyd’s Lists, que presta informações comerciais à comunidade marítima global, o bloqueio gerou um custo de 400 milhões de dólares por hora para o comércio. A empresa fez o cálculo com base no valor dos bens que trafegam diariamente pela região.
Para retirá-lo, e tentar normalizar as operações do Canal, o navio foi parcialmente movimentado depois que escavadores removeram 27.000 metros cúbicos de areia, penetrando profundamente nas margens do canal, conseguindo liberar a proa encalhada.