Jo Johnson, irmão do primeiro-ministro Boris Johnson, renunciou nesta quinta-feira, 5, aos cargos de deputado e ministro de Universidades, Ciência, Pesquisa e Inovação. A decisão foi anunciada depois que o premiê sofreu uma grande derrota ontem com a aprovação pelo Parlamento de leis para prorrogar o prazo do Brexit e bloquear uma saída da União Europeia (UE) sem acordo.
Jo Johnson, que assim como seu irmão é membro do Partido Conservador, alegou estar “dividido entre a lealdade familiar e o interesse nacional”.
“Foi uma honra representar Orpington (na Inglaterra) durante nove anos e servir como ministro com três primeiros-ministros. Nas últimas três semanas me vi dividido entre a lealdade familiar e o interesse nacional. É uma tensão insolúvel, é o momento para que outros assumam os meus cargos”, explicou o irmão do primeiro-ministro pelo Twitter.
A renúncia acontece um dia depois de o Parlamento impor diversas derrotas contra Boris Johnson.
Nesta quarta-feira 4, a Câmara dos Comuns aprovou uma lei que tenta impedir que o Brexit ocorra sem acordo. O premiê defende a saída do Reino Unido da UE até a data limite de 31 de outubro, com ou sem pacto com o bloco.
Os parlamentares ainda votaram de forma favorável a um projeto de lei que obriga o governo a solicitar um novo adiamento do Brexit para a União Europeia, se um acordo não for alcançado com Bruxelas nas próximas semanas.
Logo após a votação, Boris Johnson propôs a antecipação das eleições para 15 de outubro, mas sofreu outra derrota.
Ao todo, 21 deputados conservadores votaram com a oposição. Os rebeldes serão expulsos do partido, como Johnson tinha prometido.
Na madrugada de quinta-feira, Johnson aceitou não obstruir o texto legislativo sobre o adiamento do prazo do Brexit na Câmara dos Lordes. Seu governo se “comprometeu” a deixar que o texto “siga todas as etapas em curso” na Câmara Alta do Parlamento na quinta-feira e sexta-feira.
“O texto retornará na segunda-feira à Câmara dos Comuns para outras considerações eventuais”, anunciou no Twitter a bancada parlamentar do Partido Trabalhista, principal formação de oposição.
Na noite de terça-feira 3, os deputados assumiram o controle da agenda Legislativa, antes dominada pelo gabinete do primeiro-ministro. A rebelião deu-se depois de Johnson ter tomado a decisão de suspender os trabalhos do Parlamento por cinco semanas, a partir do dia do retorno dos deputados do recesso de verão.