O Exército israelense bombardeou a Cidade de Gaza durante a madrugada desta segunda-feira, 8, enquanto tanques vindos de diversas direções se aproximam do centro da cidade. Habitantes relataram à agência de notícias Reuters que esse foi o ataque mais intenso na região desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em 7 de outubro do ano passado.
O Serviço de Emergência Civil de Gaza disse acreditar que dezenas de pessoas morreram durante o ataque. Com a ressalva, no entanto, que as ofensivas israelenses em Daraj e Tuffah, no leste do enclave, e em Tel Al-Hawa, Sabra e Rimal, mais a oeste, ainda em andamento, impediram a chegada das equipes de socorro e a contagem do número exato de vítimas.
O hospital Al-Ahli Baptist, no sul da Cidade de Gaza, foi esvaziado. Os pacientes em tratamento foram encaminhados para o Hospital Indonésio, no norte da Faixa de Gaza, já superlotado e mal equipado.
Os militares israelenses alegaram que emitiram alertas e ordens de retirada para que os civis palestinos soubessem da ofensiva e deixassem uma série de bairros no centro da cidade. No entanto, uma das áreas mais atingidas pelo ataque, Tel al-Hawa, não foi mencionada no aviso publicado na noite de domingo 7 pelo porta-voz árabe das Forças de Defesa de Israel (FDI).
Em um comunicado, as FDI confirmaram o lançamento de uma nova operação em Tel al-Halwa e alegaram que os combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica Palestina, um grupo aliado em Gaza, estavam utilizando infraestruturas civis para atacar as forças israelenses.
Milhares de palestinos deixaram suas casas em busca de zonas mais seguras após a ordem de evacuação israelense. Residentes dos bairros do centro da cidade afirmaram que um tanque israelense empurrou as pessoas em direção à estrada ocidental, perto do Mediterrâneo.
Proposta de cessar-fogo
O Hamas demonstrou apoiar uma proposta elaborada pelos Estados Unidos para encerrar as hostilidades em Gaza ainda nesta semana. O braço político do grupo terrorista concordou com a fase inicial do plano, que envolve a libertação de cerca de 120 reféns israelenses e um prazo de seis semanas para a negociação de um cessar-fogo permanente.
No entanto, a posição de Tel Aviv ainda é incerta. De acordo com a Reuters, a gestão do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não manifestou a intenção de aceitar a proposta. “Continuam existindo lacunas entre os dois lados”, afirmou o governo em um comunicado.
Neste domingo, dois oficiais do Hamas afirmaram que o grupo palestino ainda não recebeu uma resposta oficial de Israel sobre a proposta de cessar-fogo.