A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos, ganhou seu 32º membro nesta quinta-feira, 7, com a entrada oficial da Suécia. A adesão, que foi por meses barrada por membros do grupo, encerra a política de não alinhamento sueca, que durou mais de 200 anos, à sombra da guerra na Ucrânia e à ameaça da Rússia à Europa.
O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, viajará nesta quinta para Washington, onde o secretário de Estado americano, Antony Blinken, receberá os documentos de ratificação da entrada, obtidos a duras custas, já que devem ser assinados por todos os membros da Otan – Turquia e Hungria se opuseram ao pleito sueco.
Na segunda-feira passada, 26 de fevereiro, o Parlamento húngaro finalmente deu aval à entrada da Suécia, retirando o último obstáculo ao processo.
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Entraves
No caso húngaro, a demora se deu por conta de críticas da Suécia à erosão democrática no país sob o primeiro-ministro Viktor Orbán. Já a Turquia travou o processo pela recusa do governo sueco em extraditar dezenas de curdos que Ancara afirma serem militantes, foragidos após uma tentativa fracassada de golpe em 2016.
Para piorar, no início do ano passado, as relações entre Turquia e Suécia sofreram um grande golpe após uma manifestação em frente à embaixada turca em Estocolmo, durante a qual um político anti-imigração incendiou uma cópia do Alcorão. Em resposta, manifestantes turcos queimaram a bandeira sueca na frente da embaixada do país em Ancara.
Otan forte
A adesão da Finlândia e da Suécia, que não entra em guerra desde 1814, é a expansão mais significativa da aliança desde a entrada de países da Europa Oriental, na década de 1990.
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Após a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, Suécia e Finlândia abandonaram políticas de décadas de não alinhamento militar e solicitaram adesão à Otan. Enquanto Helsinque conseguiu sua aprovação rapidamente, a solicitação sueca seguia estagnada, principalmente por causa de negativas da Turquia e Hungria.
Agora, com a Suécia e a Finlândia na Otan, o presidente russo, Vladimir Putin, conseguiu efetivamente aquilo que procurava evitar quando iniciou a invasão da Ucrânia: uma expansão da aliança.