Depois de mais de três meses fechados por um intenso lockdown para controle da pandemia de Covid-19, estabelecimentos considerados não essenciais voltaram a abrir suas portas nesta segunda-feira, 12, no Reino Unido. Logo no começo do dia, muitas pessoas ignoraram o frio e fizeram filas em lojas em Birmingham e Londres, enquanto outras seguiram para pubs, mesmo que, por ora, só seja possível ser atendido em áreas externas.
Salões de beleza, academias, lojas de roupas e outros estabelecimentos considerados não essenciais estavam fechados desde 6 de janeiro, quando o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, decretou o confinamento para deter uma onda de infecções que em seu pico máximo chegou a mais de 80.000 casos diários.
O rápido avanço da vacinação no país, somado às duras restrições, fez com que a incidência de casos caísse drasticamente nas últimas semanas. Por consequência, o número de hospitalizados por Covid-19 caiu para 2.862, em comparação aos quase 40.000 registrados em janeiro. O Reino Unido soma 4,37 milhões de casos, incluindo 127.000 mortes, sendo o quinto país no mundo com mais óbitos.
Mais de 39 milhões de doses da vacina já foram aplicadas, com quase 7,5 milhões vacinados já com a segunda dose. Com mais da metade dos adultos imunizados, o número de mortes e de casos caiu 95% e 90%, respectivamente, desde o início de janeiro.
Agora, segundo Johnson, as aberturas representam um grande avanço em direção à liberdade. No entanto, pediu aos britânicos que sejam responsáveis, uma vez que a ameaça do coronavírus ainda não terminou.
“Peço a todos vocês que continuem se comportando com responsabilidade e lembrem-se sempre de lavar as mãos, o rosto e de manter o distanciamento social para conter o avanço da Covid-19, ao mesmo tempo que avançamos com o nosso programa de vacinação”, disse.
Para evitar aglomerações, os comércios ficarão abertos até as 22h, três horas a mais que o habitual. Pubs e restaurantes, por sua vez, poderão servir clientes apenas em áreas externas. A Associação de Cervejeiros e Pubs britânica, no entanto, alertou que apenas 40% dos estabelecimentos contam com espaço externo suficiente para que seja rentável reabrir antes de 17 de maio, quando o governo espera remover as restrições em espaços fechados.
A abertura é um primeiro passo para o encerramento das restrições no país, com previsão para o dia 21 de junho. Além disso, o governo pretende discutir já em maio quais países serão considerados destinos seguros para viajar, permitindo assim a volta das viagens internacionais.
Ter a sua população novamente nas ruas gastando dinheiro é algo essencial para a economia britânica, que teve 2020 como o seu pior ano econômico em três séculos, registrando queda de 9,8% de seu Produto Interno Bruto. Além disso, segundo o Consórcio de Varejistas do Reino Unido, o setor do varejo deixou de ganhar 30 bilhões de libras em vendas desde o começo da pandemia.