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Após dois meses de guerra, que países ainda compram petróleo da Rússia

Terceiro maior produtor do mundo, país tem seu terreno ameaçado por planos da União Europeia de proibição total de importações

Por Da Redação Atualizado em 2 Maio 2022, 14h24 - Publicado em 2 Maio 2022, 14h23
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  • Na noite do último domingo, 1, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, afirmou que seu país apoia um plano para proibir as importações de petróleo da Rússia, ainda em discussão pela União Europeia. Antes da invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro, 35% das importações alemães de petróleo vinham de Moscou e, agora, esse percentual foi reduzido para apenas 12%. 

    A Rússia é a terceira maior produtora de petróleo do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e Arábia Saudita. De cerca de cinco milhões de barris exportados por dia, mais da metade ia para a Europa antes de sanções serem anunciadas. No Reino Unido, importações russas representam 8% da demanda total.

    A intenção sinalizada acontece em meio às conversas de ministros dos Estados-membros da União Europeia para discutir as consequências da guerra contra a Ucrânia e a decisão do Kremlin de interromper o fornecimento de gás natural para a Polônia e a Bulgária. Espera-se que um anúncio final seja feito ainda nesta semana, com um embargo implementado gradualmente, para evitar um impacto sobre a economia do bloco.

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    Desde a invasão, Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Canadá já impuseram proibições diretas de compra de petróleo russo, algo sem consenso dentro do bloco europeu. Enquanto países como Alemanha, maior economia da UE, deram parecer favorável, a Hungria vem se mostrando oposta a qualquer embargo sobre importações.

    Mesmo assim, muitas refinarias na Europa pararam de comprar petróleo russo voluntariamente, ou prometeram cessar a compra quando contratos expirarem.

    Veja abaixo uma breve lista dos países que ainda compram petróleo russo:

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    Alemanha

    Para além do grande volume de gás russo que vai para a Alemanha, o país também usa petróleo russo. A refinaria de Leuna, no leste do país recebe crudo russo via oleoduto de Druzhba.

    O petróleo russo também representa cerca de 14% do consumo da maior refinaria alemã, Miro, a qual a Rosneft tem 24% das ações. A petrolífera russa também tem 54% de propriedade da refinaria alemã PCK Schwedt.

    Bulgária

    A refinaria Neftochim Burgas, propriedade de russa Lukoil, tem 60% de seu consumo vindo de petróleo russo, e continua refinando crudo russo.

    Grécia

    A Hellenic Petroleum, maior refinaria de petróleo da Grécia, depende do petróleo russo para cerca de 15% de seu consumo. No ano passado, comprou cerca de 2, milhões de toneladas. Apesar disso, fechou no mês passado um acordo de fornecimento com a Arábia Saudita para tentar reduzir o consumo russo.

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    Holanda

    Apesar de ter se negado a declarar se ainda usa petróleo russo, a refinaria holandesa Zeeland Refinery é 45% propriedade da Lukoil.

    Hungria

    O grupo MOL, que opera três refinarias em Croácia, Hungria e Eslováquia, continua comprando da Rússia via oleoduto de Druzhba, assim como produtos refinados. O país é explicitamente contra as sanções sobre petróleo e gás russos.

    Itália

    A ISAB, maior refinaria italiana, é controlada pela petrolífera russa Lukoil, sediada em Moscou. Como bancos internacionais não estão mais fornecendo crédito, a refinaria foi forçada a obter quase todo o seu petróleo bruto da proprietária russa. 

    Com isso, o governo italiano está considerando nacionalizacão temporária da ISAB como uma das opções se sanções forem impostas sobre o petróleo russo, disseram fontes do governo italiano à agência de notícias Reuters.

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    Índia

    Para o mês de maio, a refinaria estatal indiana Bharat Petroleum Corp comprou 2 milhões de barris russos, disseram fontes familiares à negociação à agência de notícias Reuters. A empresa costumeiramente compra dos russos para sua refinaria no sul do país.

    A Indian Oil Corp, maior refinaria do país, por sua vez, já comprou 6 milhões de barris desde 24 de fevereiro, data do início da invasão à Ucrânia, e tem contrato com a Rosneft para até 15 milhões de barris durante o ano de 2022.

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