Após desistências, 28 brasileiros procuram resgate na Faixa de Gaza
Escritório de Representação do Brasil em Ramallah informou que grupo é composto por 15 crianças, uma idosa, seis mulheres adultas e seis homens
O Escritório de Representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia, informou nesta quarta-feira, 11, que dois brasileiros desistiram de serem resgatados da Faixa de Gaza, em meio à guerra entre o grupo terrorista Hamas e Israel, iniciada no último sábado 7.
O braço do Itamaraty disse também que organiza uma operação de retirada de um grupo de 28 brasileiros que residem em Gaza, composto por 15 crianças, uma idosa, seis mulheres adultas e seis homens.
O trajeto para a retirada dos civis passa pelo perigoso posto fronteiriço de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito. O local, um das poucas rotas sem o domínio de Tel Aviv, foi foco de ataques da Força Aérea israelense nos últimos dois dias, segundo a agência AFP. Como consequência, o trecho foi interditado temporariamente nesta semana.
Em telefonema, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Viera, solicitou nesta quarta-feira ao chanceler egípcio, Sameh Shoukry, a viabilização de um caminho de fuga de brasileiros pelo país. O chefe do Itamaraty disse que a permissão da entrada do ônibus que levará o grupo ao Cairo possibilitará que os brasileiros fiquem “a salvo” dos bombardeios incessantes entre Gaza e Israel.
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“Pedi que nos apoiasse, nos ajudasse de modo a facilitar a passagem de ônibus com passageiros brasileiros que se encontram na Faixa de Gaza, pela passagem de Rafah, para que entrem no território egípcio, onde estarão a salvo”, afirmou.
A importância da empreitada aumentou frente a informação de que brasileiros estariam entre os civis sequestrados pelo Hamas. A informação, ainda não confirmada pela equipe de Vieira, foi divulgada pelo Ministério da Defesa de Israel. Em um vídeo emitido pelo porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), Jonathan Conricus, disse que outras nacionalidades também estariam incluídas entre os reféns.
“Há americanos, britânicos, franceses, alemães, italianos, brasileiros, pessoas da Argentina e da Ucrânia e de outros países. Eu não lembro de toda a lista, porque é muito longa”, alegou Conricus.
Em entrevista coletiva, contudo, o secretário da África e do Oriente médio do Itamaraty, Carlos Duarte, disse que não há confirmação de que “existe um refém com nacionalidade brasileira na Faixa de Gaza”. Tel Aviv estima que os militantes palestinos tenham feito entre 100 e 150 reféns desde o ataque surpresa, no sábado.