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Após conversa com Rohani, Obama faz discurso otimista

Presidente americano falou em "oportunidade única" de progresso nas relações entre os dois países, estremecidas há mais de três décadas

Por Da Redação
27 set 2013, 18h41

Depois de a expectativa por um encontro entre o presidente americano Barack Obama e o presidente iraniano Hassan Rohani não ter se concretizado, os dois conversaram por telefone nesta sexta-feira. Ao falar sobre o telefonema, Obama repetiu o tom de seu discurso de terça na Assembleia Geral da ONU, mencionando uma “oportunidade única” de progresso nas relações entre os dois países, estremecidas desde a revolução de 1979, que instaurou no Irã uma teocracia islâmica comandada por aiatolás. Foi a primeira vez em 34 anos que os dois líderes máximos dos dois países tiveram um contato direto.

“Eu reiterei ao presidente Rohani o que disse em Nova York. Embora haja certamente importantes obstáculos ao avanço e o sucesso não esteja garantido, eu acredito que podemos alcançar uma solução abrangente”, disse Obama a jornalistas.

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Em um perfil no Twitter que pertenceria a Rohani, uma mensagem afirma que os dois presidentes “expressaram sua disposição política mútua de resolver rapidamente esta questão”. Rohani é o chefe de governo, mas quem manda no Irã é o grão-aiatolá Ali Khamenei, que dá a última palavra sobre assuntos domésticos e estrangeiros. Desta forma, quem baterá o martelo nas negociações sobre o programa nuclear iraniano, ponto principal da relação do Irã com o Ocidente, será o aiatolá. Mesmo assim, Rohani diz que lhe foi dada total autoridade para negociar o tema – e ele não tem sinalizado para nenhuma concessão, reforçando a tese de que o país tem o direito de enriquecer urânio para fins pacíficos, argumento desacreditado pelas potências ocidentais.

Obama fez referência à estrutura de poder iraniana durante a entrevista, sugerindo que um acordo pode atender a um dos pedidos do Irã, a redução das sanções econômicas impostas ao país. “O líder supremo do Irã emitiu uma fatwa (decreto religioso) contra o desenvolvimento de armas nucleares. O presidente Rohani indicou que o Irã nunca vai desenvolver armas nucleares”, disse. “Eu deixei claro que nós respeitamos o direito do povo iraniano a ter acesso à energia nuclear pacífica em um contexto em que o Irã cumpre suas obrigações. O teste será feito com ações verificáveis, transparentes e significativas, que também podem aliviar as amplas sanções internacionais atualmente em vigor”, acrescentou o democrata, sem apontar fatos concretos que sustentem seu voto de confiança.

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Há motivos para desconfiança. No período em que conduziu as negociações nucleares do Irã com o Ocidente, entre 2003 e 2005, Rohani prometeu à Inglaterra, França e Alemanha uma pausa no enriquecimento de urânio. Em 2011, contudo, admitiu em entrevista a um jornal local que usou a suspensão temporária para instalar sorrateiramente equipamentos na usina nuclear de Isfahan e aumentar o número de centrífugas na planta de Natanz. “Aproveitamos a oportunidade”, disse, demonstrando cinismo. Em seu discurso na ONU, na terça, o iraniano afirmou que a tecnologia nuclear do país está bastante avançada. “A tecnologia nuclear, incluindo o enriquecimento, já atingiu escala industrial”.

Na quinta-feira, o secretário de estado americano, John Kerry, conversou com o chanceler iraniano Mohammad Javad Zarif durante uma reunião do Irã com os membros do grupo 5+1 (países com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha). Kerry e Zarif também tiveram uma pequena conversa bilateral, marcando o encontro de mais alto nível entre os dois países em mais de três décadas.

Mais cedo nesta sexta, Rohani concedeu uma entrevista coletiva e disse ter confiança de que as negociações com o Ocidente “produzirão, em um curto período de tempo, resultados tangíveis”. “A atmosfera está muito diferente do passado. O nosso objetivo é resolver problemas, é criar confiança entre os governos e as pessoas”. Ele disse ainda que um plano para resolver o impasse sobre o programa nuclear será apresentado ao grupo 5+1 durante um encontro em Genebra, em outubro.

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(Com agência Reuters)

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