Vice-presidente anunciou logo nas primeiras horas desta sexta a suspensão das jornadas de trabalho e das aulas em todo o país
Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h53 - Publicado em 8 mar 2019, 09h51
A capital Caracas e outras cidades da Venezuela continuam sem luz nesta sexta-feira, 8, mais de quinze horas após o início do apagão geral que atingiu o país na tarde de ontem.
Segundo a imprensa local, o blecaute afetou 23 dos 24 estados, incluindo Zulia, Táchira, Mérida e Lara (oeste), Miranda, Vargas, Aragua e Carabobo (centro-norte), Cojedes (centro), Monagas e Anzoátegui (leste) e Bolívar (sul).
Quase oito horas após o início do corte, alguns pontos da zona leste da capital voltaram a ter energia elétrica. De acordo com a agência de notícias Reuters, contudo, boa parte de Caracas ainda amanheceu sem luz.
Os serviços de metrô e trem na cidade não funcionam nesta manhã. A vice-presidente, Delcy Rodríguez, anunciou logo nas primeiras horas desta sexta a suspensão das jornadas de trabalho e das aulas em todo o país.
A luz foi cortada em Caracas às 16h50 do horário local (17h50 de Brasília) de quinta-feira, 7, afetando amplas zonas da cidade e serviços como o metrô.
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O apagão afetou ainda o Aeroporto Internacional Simón Bolívar, segundo o relato de passageiros nas redes sociais. Linhas telefônicas e internet têm serviços intermitentes.
A partida entre Deportivo Lara e Emelec do Equador pelo Grupo B da Copa Libertadores – prevista para quinta em Barquisimeto – foi adiada para a tarde desta sexta-feira.
O ministro de Energia Eletrica venezuelano, Luis Motta Domínguez, informou logo após o início do blecaute que os serviços seriam restituídos em três horas em todo o país. Mais de 15 horas depois, contudo, os cidadãos seguem sem luz.
O ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, assegurou que os serviços haviam sido restabelecidos totalmente no leste do país. Moradores dos estados de Anzoátegui, Monagas e Nueva Esparta, contudo, desmentiram a informação, segundo o jornal El Nacional.
O governo venezuelano atribuiu o blecaute a uma “sabotagem” em uma hidrelétrica que fornece a maior parte da energia do país.
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A operadora estatal CORPOELEC afirmou que há uma “guerra energética” contra o país, em declaração no Twitter. A agência de energia afirma que o problema ocorreu por um ataque na usina elétrica de Guri e que funcionários trabalham para restaurar o serviço.
A falta de eletricidade é frequente nas cidades venezuelanas, um dos reflexos da crise econômica do país, que enfrenta hiperinflação, falta crônica de alimentos e medicamentos e uma emigração em massa de mais de 3 milhões de pessoas.
Críticos afirmam que a corrupção e o baixo investimento deixaram a rede de transmissão de energia do país incapaz de funcionar, enquanto o presidente Nicolás Maduro afirma que os problemas são causados intencionalmente por adversários políticos.
As sanções impostas pelos Estados Unidos contra o regime de Maduro e a petroleira PDVSA também podem ter influência no apagão. Segundo o Inter-American Dialogue, think-tank sediado em Washington, as reservas de combustível do país devem estar no fim, já que o embargo americano dificulta a busca do chavismo por nações da qual importar petróleo leve, diesel e gasolina.
Apesar de estar sentada sobre a maior reserva de petróleo do mundo, a Venezuela produz apenas o óleo conhecido como “pesado”, cujo refino custa muito mais caro e exige tecnologia adequada. Maduro ainda depende da importação do “petróleo leve” para manter o setor de transportes e a geração de energia elétrica em funcionamento.
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