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Ao se referir a chanceler, porta-voz do Planalto diz ‘ministro Eduardo’

Ato falho do general Rêgo Barros durante o G20 resgata polêmica sobre o avanço do filho de Bolsonaro em atribuições de Ernesto Araújo

Por Pietra Carvalho
Atualizado em 28 jun 2019, 14h42 - Publicado em 28 jun 2019, 13h12

O porta-voz da Palácio do Planalto, general Otávio Rêgo Barros, deixou escapar nesta sexta-feira, 28, uma troca de nomes que reforça a polêmica atuação do filho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), em atribuições do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

“Eu conversei com Otávio Brandelli (secretário-geral do Itamaraty), que está em contato com o ministro Eduardo… com o ministro Araújo, lá em Bruxelas”, corrigiu rapidamente o ato falho.

Rêgo Barros comentava as negociações em andamento em Bruxelas sobre o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia, que está em fase conclusiva. O porta-voz acompanha o presidente Bolsonaro em Osaka, Japão, onde participa da reunião de cúpula do G20, grupo das maiores economias do mundo.

Araújo não compareceu ao encontro do G20 justamente por causa da expectativa de conclusão deste que será o mais ambicioso acordo comercial do Mercosul, se vier a ser firmado. Sem sua presença na delegação, Eduardo Bolsonaro teve novamente a oportunidade de fazer as vezes de chanceler no segundo encontro de seu pai com Donald Trump, nesta sexta.

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Esta não é a primeira vez que que o chanceler se ausenta de compromissos do presidente no exterior, uma das atribuições tradicionais dos ministros das Relações Exteriores brasileiros. Tampouco é a primeira vez que se vê substituído por Eduardo Bolsonaro.

Em março deste ano, durante a visita oficial do líder brasileiro a Donald Trump, em Washington, o chanceler foi impedido de acompanhar Bolsonaro na reunião privada no Salão Oval da Casa Branca porque seu lugar foi ocupado por Eduardo.

À época, pelo Twitter, o filho do presidente negou que estivesse “numa competição” com o responsável pelo Itamaraty, de quem disse seguir orientações. Mas o episódio causou indignação no chanceler.

“Todos os meus passos na área internacional são dados sob orientação do ministro Ernesto Araújo, pois temos uma excelentíssima relação. O clima geral na comitiva é de missão cumprida”, escreveu.

Em outra ocasião, o deputado Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro, indagou sobre a visita do presidente à Central de Inteligência Americana (CIA) e, antes que Araújo respondesse, Eduardo começou a fazer o relato. Braga interrompeu e disse preferir que o chanceler respondesse. Ciente de sua gafe, Eduardo Bolsonaro passou a palavra ao chanceler.

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(Com Estadão Conteúdo) 

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