Perkins Rocha, porta-voz do partido da líder oposicionista María Corina Machado, disse nesta terça-feira, 30, que subiu para quatro o número de mortos nos protestos que pipocaram pela Venezuela na véspera, inflamados pelas acusações de fraude eleitoral do regime de Nicolás Maduro. Além disso, ao menos 46 pessoas foram detidas pela polícia e dezenas ficaram feridas, e o saldo de vítimas pode aumentar em meio a denúncias sobre a crescente repressão policial contra manifestantes em diversas áreas do país.
Na segunda-feira 29, o Hospital Clínico Maracay (HCM) registrou a primeira vítima fatal, no estado de Aragua. Segundo o centro de saúde, o homem de 30 anos perdeu a vida durante uma manifestação. Segundo informou o portal Impacto Cocuyo, trata-se de Rancés Yzarra, um estudante que foi atingido por uma bala “quando protestava nos arredores da Redoma de San Jacinto, em Maracay, estado de Aragua”. Segundo depoimentos da mídia, Yzarra chegou ao centro de saúde sem sinais vitais.
O HCM também divulgou uma lista com os nomes de outras 18 pessoas que foram afetadas durante os protestos e pediu a colaboração dos cidadãos com recursos para cuidar das vítimas. Posteriormente, o porta-voz da ONG Foro Penal, Alfredo Romero, confirmou a morte de uma segunda pessoa no estado de Yaracuy, no oeste do país.
Então, nesta terça-feira, em entrevista a uma rádio argentina, o porta-voz de María Corina afirmou que houve ao menos três mortes no estado de Aragua, de pessoas cujas identidades ainda não foram reveladas. Rocha disse que há relatos de mais uma vítima em Zulia, indicando que poderia se tratar de um adolescente de 15 anos.
Caso isso se confirme, além de outras duas denúncias de mortes nos estados de Táchira e Aragua, o número total de vítimas desde domingo pode aumentar para sete.
Protestos continuam
As tensões estão altas depois que a líder oposicionista, em declaração à imprensa ao lado do principal candidato da oposição, Edmundo González, chamou os protestos de “expressões legítimas frente a um regime ilegítimo” e convocou todos os venezuelanos do país a uma manifestação nesta terça-feira, 30, entre às 11h e 12h locais (12h e 13h em Brasília), “para mostrar a força e a maioria que somos”. De acordo com contagem feita por sua coalizão de partidos, González já é o presidente eleito.
Em paralelo, o regime também convocou uma marcha em direção ao Palácio de Miraflores, a residência presidencial oficial, “para defender a paz”.