A Anistia Internacional soltou uma nota em que se diz preocupada com as expulsões em massa de colombianos na Venezuela a mando do presidente Nicolás Maduro.
A entidade afirma terem ocorrido violações de direitos humanos nas ações. Mais de 1.000 pessoas foram forçadas a ir para a Colômbia. Muitos tiveram de fugir às pressas de suas casas sob ameaça de membros da Guarda Nacional Bolivariana, um braço militar responsável pela segurança interna do país.
Segundo a Anistia, muitos foram expulsos sem a oportunidade de se defender na Justiça ou de ter a chance de recolher seus bens. “Em alguns casos foram denunciados maus-tratos durante a detenção, expulsões forçadas e demolição das casas sem qualquer respeito as suas garantias”, diz o comunicado.
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Familiares teriam sido separados, o que para a Anistia é de especial preocupação. Meninos e meninas teriam sido abandonados na Venezuela depois da ida forçada de seus pais para a Colômbia.
O Itamaraty não soltou nota sobre o ocorrido. Em um telefonema com VEJA, os assessores do Ministério das Relações Exteriores falaram que não tinham esperança de que o órgão publicassem uma nota sobre isso. “Se fosse alguma coisa entre Israel e Palestina, aí sim falaríamos algo”, disse o diplomata.
Maduro está preocupado com as eleições parlamentares marcadas para o dia 6 de dezembro. Com sua popularidade em baixa, os partidos da situação devem ficar com 2/3 das cadeiras.
O presidente fechou a fronteira como medida contra os paramilitares colombianos, que dominam o contrabando de gasolina em parceria com a Guarda Nacional Bolivariana na fronteira. Ao trazer à tona outro inimigo externo, Maduro espera se colocar como um defensor da população, ganhar apoio e desviar a atenção dos problemas internos, como escassez, inflação e insegurança.
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