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Animais em risco de extinção morrem de fome em zoo da Venezuela

Algumas espécies estão sendo sacrificadas para alimentar outras e alguns animais têm comido seus companheiros de jaula para sobreviver

Por AFP
28 fev 2018, 12h05

Dois pumas com a pele grudada nos ossos deram rosto ao drama de um zoológico do oeste da Venezuela, onde vários animais estão morrendo por falta de comida e outros sofrem de desnutrição severa. Patos, porcos e cabras tiveram que ser sacrificados para alimentar outras espécies no zoológico metropolitano de Zulia, fechado para visitantes desde meados de fevereiro, após a divulgação de imagens de feras famintas.

Um leão africano, um tigre de bengala, um jaguar, várias jaguatiricas e aves de rapina, todos carnívoros, engrossam a lista de desnutridos, disseram recentemente à agência AFP trabalhadores do parque, situado no município de San Francisco. Mas os pumas, que foram resgatados do tráfico de animais silvestres, apresentam o quadro mais grave. Suas fotos difundidas pelo jornal local Panorama causaram alarme. “Ambos estavam confinados como animais de estimação e chegaram malnutridos, se recuperaram, mas com esta crise retrocederam, como se tivessem encolhido”, acrescentaram as fontes.

O país encara uma grave escassez de alimentos e remédios, além de uma hiperinflação que em 2018 poderia chegar a 13.000%, segundo o FMI. “Os zoológicos não escapam da crise”, admitiu uma autoridade, que disse não ter “autorização para declarar à imprensa”. Um macho e uma fêmea de condor-dos-Andes nascidos em cativeiro e transladados ao parque para um plano reprodutivo que busca salvar a espécie da extinção também passaram semanas sem comer adequadamente.

Esta é a maior e mais pesada ave voadora do mundo e está em “perigo crítico” pela caça e “o uso estendido de agroquímicos”, segundo o Livro vermelho da fauna venezuelana. Restam poucos exemplares em estado silvestre.

A fome levou dois carcarás (aves de rapina) a comerem seu companheiro de jaula. Para tentar compensar a falta de carne, diretores promoveram a caça de iguanas que crescem silvestres no zoo, além da pesca de tilápias em lagoas do parque.

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Além do fornecimento irregular de alimentos, o único zoológico do estado de Zulia é afetado por roubos. Em 2016, ao menos 40 animais foram roubados por sua carne. Dirwings Arrieta, prefeito de San Francisco, anunciou a “reestruturação” do lugar, mas não se referiu à desnutrição dos animais.

A insegurança afeta outros zoológicos, como o de Caricuao, em Caracas, onde em 2016 mataram um cavalo para roubar sua carne. Em janeiro, meios do estado de Falcón (oeste) informaram do roubo de dois caititus (porcos selvagens).

Carlos Silva, veterinário do zoo de Bararida (250 km ao sudoeste de Caracas), que também registrou roubos de animais, disse à AFP que os zoológicos venezuelanos atravessam uma “época negra”, e que “o visto em Zulia só se pode compreender em países com conflitos bélicos”.

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“Candidato da fome”

Nesta terça-feira, o atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, oficializou a sua candidatura para as eleições do dia 22 de abril. Seu adversário Henri Falcón, pediu o adiamento das eleições embora tenha segurança de que pode vencer quem ele chamou de “candidato da fome”.

Segundo o Instituto Venezuelano de Análise de Dados, Falcón tem 24% das intenções de voto, contra 18% para Maduro, mas analistas avaliam que o militar da reserva, de 56 anos, não representa um risco real diante do controle institucional e social que o governo exerce.

Maduro prometeu dar “uma surra” em seus adversários e disparou contra o veterano parlamentar opositor Henry Ramos Allup: “Ainda há tempo para se inscrever. Vou lhe dar uma surra com dez milhões de votos. Inscreva-se, covarde!”.

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Maduro, que tentará se reeleger para ficar no poder até 2025, utilizou a Assembleia Constituinte para antecipar as eleições, provocando a saída da opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) do pleito.

A MUD abandonou a eleição alegando que não há garantias, mas pede a vários governos que pressionem Maduro para que haja eleições “limpas”.

“Vou iniciar uma nova economia, que satisfaça as necessidades do povo, um novo começo econômico”, prometeu Maduro, que atribuiu a caótica situação econômica da Venezuela a uma guerra promovida pelos Estados Unidos e a direita local.

Seus concorrentes para o pleito são: o ex-governador chavista dissidente Henri Falcón, o pastor Javier Bertucci, o engenheiro Reinaldo Quijada, o empresário Alejandro Ratti e o militar Francisco Visconti.

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