Após a Suprema Corte dos Estados Unidos derrubar a decisão histórica Roe vs Wade, que garantia o direito ao aborto no país, diversas farmácias e lojas passaram a controlar a venda de remédios como ‘Plan B’ e ‘Option 2’, tipos de pílula do dia seguinte.
Na última sexta-feira, 24, a maioria conservadora dos juízes americanos optou por suspender as proteções constitucionais para o aborto legal, que estavam em vigor há quase 50 anos.
+Suprema Corte dos EUA anula Roe v. Wade e estados podem proibir o aborto
Com isso, a gigante do varejo Amazon impôs um limite temporário de compra de três unidades por semana nas pílulas de contracepção. Outra gigante, Walmart, está com uma restrição de quatro ou seis unidades para pedidos programados para entrega até o final do mês. Os pedidos a partir de julho ainda estão ilimitados.
Um representante do Walmart disse que, “em tempos de demanda flutuante”, seus limites para compras online mudam. Afirmou que há também um limite para impedir que as pessoas armazenem e revendam seus produtos por um preço mais alto. Não existe essa restrição nas lojas físicas, mas os gerentes podem tomar essa decisão para garantir a disponibilidade dos produtos.
A Rite Aid e CVS, redes de farmácias americanas, também colocaram limites nas compras do Plan B, Option 2 e Aftera.
“Imediatamente após a decisão da Suprema Corte, vimos um aumento acentuado na venda de anticoncepcionais de emergência e implementamos um limite temporário de compra para garantir o acesso equitativo”, disse Matt Blanchette, porta-voz da CVS.
As empresas garantem que a medida é para que os estoques das pílulas não se esgotem. A CVS informou também que está no processo para retirar as limitações, uma vez que os estoques voltem ao normal.
Depois de Roe vs Wade ser derruba, podendo gerar a proibição do aborto em pelos menos 26 estados americanos, muitas pessoas correram para as farmácias para estocar o método emergencial. Pessoas negras, imigrantes e pobres são as que mais sofrerão com a decisão da Suprema Corte, e as taxas de mortalidade das mulheres consequentemente aumentará.
A proibição nacional pode resultar em um aumento de 21% na mortalidade relacionada à gravidez em todo o país. Para pessoas não-brancas, o aumento seria de 33% no número de mortes, de acordo com um estudo da Universidade do Colorado Boulder.