Alemanha: Merkel é mais favorita do que nunca após debate na TV
A três semanas da eleição, o adversário da chanceler, Martin Schulz, está 15 pontos atrás nas intenções de voto
A chanceler Angela Merkel confirmou, neste domingo à noite, seu favoritismo nas eleições legislativas alemãs durante o único debate televisivo antes da votação. Seu adversário e candidato dos social-democratas (SPD), Martin Schulz, precisava de uma vitória para inverter o cenário, mas fracassou em sua tentativa.
“Merkel se mostrou segura, enquanto Schulz praticamente não teve sucesso em suas ofensivas”, sentenciou o jornal Süddeutsche Zeitung, após o debate exibido ao vivo pelas quatro principais emissoras alemães e visto por 16 milhões de pessoas, um quarto do eleitorado.
O líder do SPD precisava destacar-se diante das câmeras para diminuir a distância da chanceler conservadora. Mais eloquente e espontâneo que Angela Merkel, o ex-presidente do Parlamento Europeu parecia, inicialmente, mais bem armado para vencer o debate. Mas enquanto a equipe de Martin Schulz prometia um candidato na ofensiva, o debate foi globalmente muito comedido.
As pesquisas de opinião mostraram que a chanceler foi considerada mais convincente para 55% dos espectadores, contra 35% que apontaram Schulz como mais persuasivo, segundo enquete feita pela emissora ARD. Em outra pesquisa, do canal ZDF, o resultado se manteve, com 32% para Merkel, contra 29% para Schulz.
A apenas três semanas da eleição, é difícil crer em uma recuperação do SPD, que está 15 pontos atrás nas intenções de voto.
O partido enfrenta um grande problema estrutural: não tem sido capaz de apresentar um programa político claramente diferente. Uma das causas: com exceção de um intervalo de quatro anos, desde a chegada de Angela Merkel ao poder, em 2005, o SPD fez parte dos governos de coalizão da chanceler.
Com seus resultados econômicos invejáveis – desemprego em um nível historicamente baixo – e com sua política moderada e centrista, Angela Merkel oferece poucos ângulos de ataque aos social-democratas. “Assistimos a uma entrevista de emprego do futuro ministro das Relações Exteriores diante daquela que provavelmente será sua chefe”, repreendeu o ex-ministro do governo da chanceler, Karl-Theodor zu Guttenberg.
(Com AFP)