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Alemanha: a um mês das eleições, Merkel se aproxima do 4º mandato

Com cerca de 40% das intenções de voto, chanceler evita riscos

Por Da redação
Atualizado em 24 ago 2017, 17h07 - Publicado em 24 ago 2017, 17h00

Faltando exatamente um mês para as eleições na Alemanha, que acontecem em 24 de setembro, tudo indica que a premiê Angela Merkel será facilmente reeleita para seu quarto mandato. “Não há desejo de mudança. Os alemães estão muito bem para desenvolver qualquer insatisfação real com o governo”, afirmou esta semana em um editorial o jornal Die Welt.

A chanceler, que até o dia do pleito viajará por 50 cidades, entende o cenário e – fiel a sua reputação conservadora – não corre riscos desnecessários, evita as promessas detalhadas e se apresenta como a fiadora da estabilidade em um mundo de crises, após os choques eleitorais do Brexit e de Donald Trump.

Merkel garante que, apesar de estar há doze anos no cargo, sua motivação permanece intacta: “Estou totalmente concentrada para vencer, para que a União Democrata-Cristã (CDU) vença”, diz.

As pesquisas mais recentes apontam a vitória folgada da primeira-ministra, cujo partido, a CDU, possuiu entre 38% e 40% das intenções de voto. Os social-democratas (SPD) de Martin Schulz ficam bem atrás, com 22% a 25% das intenções, números que têm se mantido estáveis e são muito similares aos das últimas eleições.

Para Schulz, que afirma que lutará “até o último minuto”, no entanto, ainda é possível mudar o cenário. E uma pesquisa do instituto Allensbach pode ser um sinal de esperança: de acordo com a sondagem, 46% dos entrevistados se declararam indecisos, sete pontos a mais que na mesma época em 2013.

“Ao contrário do que Merkel afirma, sempre há alternativa”, disse Schulz na terça-feira durante um comício na região norte do país. Do outro lado, a chanceler sequer pronuncia o nome do adversário.

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Schulz sonha com a vitória

O SPD, hoje aliado da CDU na “GroKo” (grande coalizão) que governa o país, sonha com uma vitória e denuncia as desigualdades sociais. O partido aposta no carisma de Schulz, considerado uma figura mais humana que Merkel. “Martin Schulz é direto com as pessoas, tem uma posição clara, uma linguagem clara, um rumo claro” afirmou o líder dos deputados do SPD, Thomas Oppermann.

“Começamos a virada, o SPD deseja alcançar mais de 30% e com Martin Schulz vamos conseguir”, disse Oppermann. Mas os social-democratas enfrentam um dilema: como se diferenciar da chanceler com a qual estão governando em aliança, sem renegar o balanço econômico positivo?

Para deixar a situação do partido ainda mais complicada, o SPD não pode contestar nada sobre os aspectos mais polêmicos do atual mandato de Merkel. O partido era favorável a receber mais de um milhão de refugiados desde 2015. Além disso, os social-democratas também estão envolvidos no escândalo das emissões poluentes dos automóveis.

“A Alemanha vai bem quando o SPD participa do governo, mas a Alemanha pode ir melhor com um chanceler social-democrata”, afirmou Schulz, que é ex-presidente do Parlamento europeu.

Coalizão em cheque

Neste contexto, os adversários mais radicais da chanceler estão resignados, como os populistas de direita do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), que há alguns meses imaginavam que conseguiriam roubar votos suficientes da CDU para obrigar Merkel a deixar o poder. Alice Weidel, primeiro nome da lista do partido, admitiu que “segundo os prognósticos e as pesquisas para as legislativas de 24 de setembro, Merkel vai ficar”.

A principal incógnita no momento é qual será o perfil do governo eleito. Vai existir GroKo, a grande coalizão? Os liberais do FDP conseguirão impor-se como sócios de Merkel? A entrada prevista do AfD no Parlamento complicará a formação de uma maioria?

Essas perguntas serão respondidas apenas depois de 24 de setembro. E talvez o país tenha que esperar longas negociações entre os partidos, dependendo do caminho escolhido pelos social-democratas. “Nada parece indicar que o SPD consiga alcançar [a vitória] (…) Se o SPD não deseja uma nova GroKo, deve preparar-se para estar na oposição”, resumiu ao jornal Bild o presidente do instituto de pesquisas INSA, Hermann Binkert.

(com AFP)

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