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Alegando falta de orçamento, Brasil desiste de sediar COP 25

Evento deve discutir implementação do Acordo de Paris; Observatório do Clima atribui decisão à posição do governo eleito

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 nov 2018, 17h54 - Publicado em 28 nov 2018, 10h52
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  • O Brasil desistiu da candidatura para sediar a COP 25, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em novembro de 2019. Segundo nota do Ministério de Relações Exteriores, a decisão foi tomada levando em conta restrições orçamentárias e o atual processo de transição presidencial.

    “Tendo em vista as atuais restrições fiscais e orçamentárias, que deverão permanecer no futuro próximo, e o processo de transição para a recém-eleita administração, a ser iniciada em 1º de janeiro de 2019, o governo brasileiro viu-se obrigado a retirar sua oferta de sediar a COP 25”, afirma o comunicado.

    Em outubro, o Itamaraty divulgou a candidatura do país para receber o evento. Em nota, o órgão havia afirmado que a realização da conferência no Brasil “confirma o papel de liderança mundial do país em temas de desenvolvimento sustentável” e “reflete o consenso da sociedade brasileira sobre a importância e a urgência de ações que contribuam no combate à mudança do clima”

    O Observatório do Clima, uma rede que reúne 45 organizações da sociedade civil brasileira e se dedica ao combate das mudanças climáticas no país, lamentou a decisão.

    Em nota, o OC afirmou que a desistência de sediar o evento se deve, na verdade, à oposição do governo eleito, que “já declarou guerra ao desenvolvimento sustentável em mais de uma ocasião”.

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    “É lamentável, mas não surpreende, o recuo do governo brasileiro”, afirma o comunicado. “Não é a primeira e certamente não será a última notícia ruim de Jair Bolsonaro para essa área”.

    “O Brasil vai, assim, abdicando do seu papel no mundo numa das poucas áreas onde, mais do que relevante, o país é necessário: o combate às mudanças do clima. Ironicamente, isso ocorre por ideologia, algo que o presidente eleito e seu chanceler prometeram ‘extirpar’ da administração pública”, diz ainda a nota do Observatório.

    Posição do governo eleito

    O presidente eleito Jair Bolsonaro vem sendo criticado internacionalmente por sua postura em relação ao meio ambiente. Durante a campanha, chegou a afirmar que retiraria o Brasil do Acordo de Paris, a exemplo do que Donald Trump fez nos Estados Unidos.

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    O deputado também enfrenta rejeição por sua indicação de Ernesto Araújo ao Ministério das Relações Exteriores. O futuro ministro já expressou sua reprovação a políticas que buscam o fim do aquecimento global e chegou a afirmar que o combate à mudança climática é uma “perversão da esquerda”.

    Bolsonaro também anunciou a fusão do Ministério da Agricultura com a pasta de Meio Ambiente, provocando muitas críticas de organizações defensoras do meio ambiente e até mesmo do próprio setor agropecuário. Bolsonaro voltou atrás em sua decisão depois da repercussão negativa. 

    Ainda assim, o plano de governo apresentado pelo presidente eleito antes das eleições não tem propostas específicas nos temas de clima, redução do desmatamento ilegal ou universalização do saneamento básico.

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    A COP

    A COP 25, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, acontecerá entre 11 e 22 de novembro do ano que vem. O evento deve discutir a implementação do Acordo de Paris pelas nações signatárias.

    O pacto prevê a manutenção da temperatura média da Terra até 2 graus acima dos níveis registrados antes da Revolução Industria até o fim do século, esforçando-se para que a variação não passe de 1,5 grau.

    O Brasil é signatário do acordo e se comprometeu em reduzir em 37% as emissões até 2025, tendo como ponto de partida as emissões de 2005. Além disso, colocou como meta extra uma possível redução de 43% das emissões até 2030.

    Desde que o Acordo de Paris entrou em vigor, em 2016, as temperaturas no planeta Terra já subiram por volta de 1 grau. Para a ONU, ações significantes devem ser tomadas nos próximos anos para evitar um aquecimento ainda maior.

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