O vice-presidente, Geraldo Alckmin, comentou na noite desta sexta-feira, 1º, nas redes sociais, a morte de mais de cem palestinos durante a distribuição de ajuda humanitária em Gaza na quinta-feira. “Fiquei absolutamente chocado com a notícia do ataque contra civis palestinos na Faixa de Gaza, perpetrado por forças militares israelenses, que vitimou dezenas de pessoas e feriu outras centenas”, afirmou.
“Obstar o acesso de indivíduos à ajuda humanitária é inconcebível sob qualquer perspectiva, e abrir fogo contra civis viola os preceitos mais básicos de humanidade”, continuou o presidente em exercício — Lula está fora do Brasil, participando da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
“Lutar pela paz, como defende o presidente Lula, não é mais uma opção, mas um imperativo ético que deve orientar todos os esforços da comunidade internacional neste momento”, disse Alckmin. “É preciso dar o primeiro passo no caminho da paz: cessar-fogo imediato, libertação dos reféns e entrada de assistência humanitária.”
Fiquei absolutamente chocado com a notícia do ataque contra civis palestinos na Faixa de Gaza, perpetrado por forças militares israelenses, que vitimou dezenas de pessoas e feriu outras centenas. Obstar o acesso de indivíduos à ajuda humanitária é inconcebível sob qualquer…
— Geraldo Alckmin 🇧🇷 (@geraldoalckmin) March 1, 2024
Discurso de Lula
Mais cedo, em discurso na cúpula da Celac, Lula afirmou que Israel impões “punição coletiva” ao povo palestino e alertou que a “tragédia humanitária em Gaza requer de todos nós a capacidade de dizer um basta”.
O presidente afirmou que, em um mundo em que gastos militares globais ultrapassam 2 trilhões de dólares ao ano, é preciso “recuperar o espírito de solidariedade, diálogo e cooperação”.
“As pessoas estão morrendo na fila para obter comida. A indiferença da comunidade internacional é chocante”, disse.
O petista aproveitou a presença então do secretário-geral da ONU, António Guterres, para propor uma moção da Celac “pelo fim imediato desse genocídio”.
“Peço aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que deixem de lados suas diferenças e ponham fim a essa matança”, ressaltando que “as vidas de milhares de mulheres e crianças inocentes estão em jogo”, completou.
Nota do Itamaraty
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro também condenou o ataque de Israel. “O governo [do primeiro-ministro Benjamin] Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão”, disse o Itamaraty.
O texto reafirmou o repúdio do Brasil “a toda e qualquer ação militar contra alvos civis, sobretudo aqueles ligados à prestação de ajuda humanitária e de assistência médica” e voltou a pedir um cessar-fogo imediato.