Adversários criticam plano de Macron contra ‘fake news’
Projeto do presidente francês foi considerado autoritário. 'Apenas regimes autoritários tentam controlar o que é a verdade', disse senador

O plano do presidente francês Emmanuel Macron de criar uma lei para combater as chamadas “fake news“ está enfrentando obstáculos.
Adversários de Macron no espectro político criticaram o plano. Parlamentares de oposição advertiram sobre uma ameaça às liberdades civis e especialistas afirmaram que uma lei pode não ser a melhor maneira de alcançar o objetivo.
Usuários do Twitter levaram a hashtag #InventeDesFakeNews (“invente notícias falsas”) aos assuntos mais comentados da rede social. De executivos doando dinheiro para reduzir a dívida da França à ressurreição de cantores mortos, os internautas produziram diversas reportagens fictícias e as compartilharam pela rede.
O anúncio feito por Macron na quarta-feira foi a tentativa mais recente para lidar com a disseminação mundial de informações incorretas em redes sociais — as chamadas “fake news”. O plano permitiria que juízes bloqueassem um site ou a conta de um usuário, especialmente durante campanhas eleitorais, e obrigaria plataformas on-line a publicar o nome de quem está por trás de conteúdos patrocinados. Essa proposta resultaria em mais perguntas do que respostas, dizem críticos.
Críticas
“Apenas regimes autoritários tentam controlar o que é a verdade”, disse o senador conservador Bruno Retailleau. “A liberdade de expressão traz riscos, mas isso é melhor do que a tentação de controlar mentes.”
Marine Le Pen, a líder do partido de extrema direita francês Frente Nacional, escreveu em sua conta no Twitter: “A França ainda é uma democracia se amordaça seus cidadãos? Isso é muito preocupante!”. Ela foi derrotada por Macron no segundo turno das eleições presidenciais de 2016.
(Com Reuters)