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Acordo Mercosul-UE será revisto, diz candidato argentino à Presidência

Peronista Alberto Fernández visitou ex-presidente Lula em Curitiba e defendeu inocência do petista

Por Da Redação
Atualizado em 5 jul 2019, 10h18 - Publicado em 5 jul 2019, 09h49

O candidato à Presidência da Argentina Alberto Fernández disse nesta quinta-feira, 5, que o recém-anunciado acordo de integração entre Mercosul e União Europeia (UE) pode ser revisto caso ele seja eleito. Fernández, que tem como companheira de chapa Cristina Kirchner, visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR).

O pré-candidato do Partido Justicialista (PJ) afirmou que o anúncio sobre o pacto entre os dois blocos ainda é muito incerto, já que a França levantou dúvidas se, de fato, ratificará o acordo.

“E o que mais me preocupa é que o acordo condena a Argentina a um processo de desindustrialização muito grande. Precisamos levantar as indústrias para devolver o emprego à Argentina e a maior obsessão que tenho é que não haja um só argentino sem trabalho”, disse Fernández.

“Caso se concretize o que supomos que ele é – que nós vendamos produtos primários e eles nos vendam produtos industriais – teremos que revisá-lo, sem nenhuma dúvida”, destacou.

Segundo ele, o anúncio do acordo teve um objetivo eleitoral de Maurício Macri, atual presidente, que busca a reeleição. “A impressão que tenho é que ele foi anunciado precipitadamente, para que Macri possa aparecer com os louros em sua campanha eleitoral.”

Fernández encabeça a chapa que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como vice. Cristina, que governou a Argentina entre 2007 e 2015, tornou-se senadora e responde a processos de corrupção. Um ex-crítico de Cristina, Fernández disse que agora eles estão “unidos para defender o país”.

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O candidato disse que seu encontro com Lula, que cumpre pena de quase 9 anos de prisão, girou em torno de diversos assuntos – menos futebol. “Foi uma conversa de amigos”, disse. “Esse governo está criando uma mácula muito forte para o Brasil. Acredito na inocência dele e ele tem todo o direito de estar em liberdade e de se defender.”

“É uma mácula ao Estado de Direito. Fico preocupado com o fato de que isso ocorra neste continente. Como sou um homem comprometido com o estado de direito, vou estar ao lado de Lula o tempo necessário, até que a Justiça entenda que há de se respeitar as garantias de todos cidadãos e também a de Lula”, afirmou.

O candidato peronista, que em maio visitou o ex-presidente uruguaio José Mujica em Montevidéu, comparou o processo contra Lula com os abertos contra Cristina Kirchner na Argentina e Rafael Correa no Equador.

“Nos três casos as provas são forçadas para poder envolver os presidentes em fatos que não têm nada a ver com a realidade (…)”, acrescentou.

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A respeito das declarações do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, de que uma vitória de sua chapa poderia transformar a Argentina em uma nova Venezuela, Fernández se recusou a comentar. “Não é sério. Realmente, não vou contestar o que diz o presidente Bolsonaro.”

Apesar de declarar apoio incondicional a Lula, o candidato garantiu que continuará mantendo as boas relações com o Brasil e com o governo de Jair Bolsonaro.

“O Brasil elegeu um presidente e eu respeito a decisão do povo brasileiro. O destino nos fez irmãos e temos que estar unidos”, concluiu.

(Com Estadão Conteúdo, EFE e AFP)

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