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A prêmio Nobel Aung San Suu Kyi se submete ao veredicto das urnas em Mianmar

Por Por Hla Hla Htay
30 mar 2012, 11h19

Mais de vinte anos depois das eleições cuja vitória lhe foi roubada, a opositora birmanesa e vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, disputa uma cadeira no parlamento nas legislativas parciais de domingo em Mianmar, buscando assim retornar ao primeiro plano da política de seu país.

Um total de 45 assentos está em disputa nessas eleições. A Liga Nacional pela Democracia (LND), partido em que Suu Kyi construiu toda sua carreira, briga por 44 deles.

Mas toda a atenção estará voltada para o distrito rural de Kawhmu, perto de Yangun, onde Suu Kyi se submete ao veredicto das urnas.

Essa eleição é de primeira importância para o Ocidente, que, depois de ter isolado a Junta Militar por décadas e de tê-la submetido a sanções econômicas, apoia os esforços do novo governo.

Em 1990, a LND teve a vitória usurpada pela Junta, que prendeu a Nobel da Paz. Em 2010, a opositora estava ainda em prisão domiciliar quando seu partido boicotou as eleições, anulando um processo marcado por irregularidades.

San Suu KYI reconheceu, no entanto, que essas eleições eram imperfeitas, mas admitiu que eram necessárias. “Não creio que possamos dizer que se trata de eleições livres e justas, se levarmos em conta o observado nos últimos meses”, afirmou em uma coletiva de imprensa em Yangun, onde reivindicou a necessidade de participar delas.

Desde 1990, o poder esteve nas mãos de ex-militares, mas a atual direção do país, em ação desde que a Junta deixou o poder há um ano, surpreendeu o mundo com um amplo programa de reformas.

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Diversos prisioneiros políticos foram libertados e, em agosto passado, Suu Kyi foi convidada pela presidente Thein Sein à capital Naypyidaw e reintegrou o contexto político oficial.

Atualmente, a opositora se livrou de seu status de prisioneira desconectada de seu país para aparecer como a figura protegida da oposição e candidata às eleições, com a benção de seus inimigos do passado.

Nas últimas semanas, a opositora de 66 anos viajou pelo país, levando seu carisma e notoriedade a candidatos da LND às vezes sem experiência e frequentemente confrontados por figuras locais de peso, sobretudo nas zonas étnicas.

Incentivada por uma multidão, pretende ter a vitória em todos os lugares. Entretanto, após pequenos problemas de saúde, no fim de semana passado, seu médico recomendou que desse fim à sua campanha.

A prudência domina em um país que sai de 50 anos de ditadura militar. Os opositores alertam que ainda existem prisioneiros políticos. E o otimismo não é visto no interior do país, onde algumas minorias étnicas – um terço da população – segue contestando a autoridade de Yangun.

No extremo norte do país, inclusive, ainda continuam os violentos combates.

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Apesar de tudo, as eleições seguem sendo uma esperança maior.

“É um momento crítico para o governo (…) É seu ponto de referência, sua prova fundamental”, declarou Toe Zaw Latt, diretor do gabinete de Bancoc da Voz Democrática de Mianmar, um grupo de birmaneses em exílio.

Nas últimas semanas, a LND denunciou irregularidades, sobretudo nas listas eleitorais. Mas o presidente Thein Sein, cuja política enfrenta às vezes a resistência de conservadores intransigentes, reconheceu “erros inúteis”.

De qualquer forma, o risco é nulo para o Partido da Solidariedade e do Desenvolvimento da União (USDP, majoritário), que havia reivindicado cerca de 80% dos assentos em 2010 e que conta com a fidelidade de um quarto dos parlamentares, militares designados.

Para enfrentar eventuais contestações, na semana passada, observadores estrangeiros foram convidados. Gesto tardio, mas elogiado como sinal de que Naypyidaw quer que essas parciais tenham sucesso, para negociar melhor a suspensão das sanções.

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