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A nova estratégia da direita dos EUA para questionar as eleições do país

Grupos tem bombardeado o sistema eleitoral com acusações de possíveis eleitores irregulares, o que pode levar a uma nova contestação dos resultados

Por Da Redação
Atualizado em 28 set 2022, 16h59 - Publicado em 28 set 2022, 16h59

Ativistas movidos por teorias falsas sobre fraude eleitoral estão trabalhando para descartar e invalidar dezenas de milhares de registros de campanha e cédulas de votação nos Estados Unidos. A ação é parte de uma campanha, ainda que pouco coordenada, que promete trazer mais turbulências às eleições de meio de mandato, marcadas para novembro. 

No estado da Geórgia, alguns desses grupos estão contestando pelo menos 65.000 cédulas de votação em oito condados (ou counties), alegando ter evidências de que os endereços dos eleitores estavam incorretos. Já em Michigan, um outro grupo tentou contestar mais de 22.000 cédulas que eleitores solicitaram para as eleições primárias (disputas intra-partido) de agosto. 

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O mesmo aconteceu também no Texas, quando moradores enviaram 116 declarações juramentadas questionando a validade de mais de 6.000 eleitores no condado de Harris, que abriga Houston e é o maior do estado.

A recente onda de questionamentos ao sistema eleitoral é uma nova estratégia de ativistas da direita que acreditam que as eleições presidenciais de 2020 foram fraudadas. Sob leis estaduais, eles alegam que têm o direito de questionar a elegibilidade dos eleitores.

No entanto, a grande maioria dos pedidos foram rejeitados devido a contestações apresentadas de maneira incorreta ou baseadas em dados incorretos.

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A justificativa destes grupos, em sua maioria alinhados ao Partido Republicano, é que os registros imprecisos podem levar a eventuais fraudes eleitorais, embora casos como esses sejam raros. Em resposta, defensores do direito ao voto se preocupam que isso possa fazer com que eleitores sejam excluídos do sistema de maneira injusta.

A nova tática tem objetivo de inundar os sistemas eleitorais com uma série de pedidos, o que, em tese, pode induzir funcionários sobrecarregados ao erro. Além disso, semear dúvidas entre cidadãos americanos pode levar a uma nova onda de contestação em massa da votação. 

Segundo o jornal americano The New York Times, algumas reuniões privadas de estratégia desses grupos deixam claro que o movimento visa favorecer candidatos republicanos. Em alguns casos, inclusive, o foco das contestações são redutos democratas.

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Não é incomum que listas de eleitores contenham erros, muitas vezes porque os eleitores morreram ou se mudaram sem atualizar seus registros. Mas os estados normalmente contam com processos sistemáticos, descritos em leis estaduais e federais, para corrigir as informações. Estas listas, no entanto, não são fornecidas a nenhum grupo externo. 

Das 65.000 contestações feitas na Geórgia, pelo menos 15.000 foram rejeitadas, enquanto outras 16.000 ainda seguem em processo de análise. No condado de Forsyth, 6% dos 17.000 eleitores contestados foram removidos das listas de votação depois que funcionários eleitorais determinaram que os registros não atendiam aos requisitos necessários, ou eram estavam incorretos.

De acordo com as leis do país, se o registro de um eleitor for contestado no momento da votação, seus votos ainda serão computados. No entanto, as cédulas podem ser marcadas e revisadas em um momento posterior, caso algum candidato ou grupo entre com um processo. 

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Chris Thomas, ex-diretor de eleições de Michigan e agora consultor de Detroit, disse ao Times que dificilmente os resultados serão bem-sucedidos, mas que uma segunda onda de contestação eleitoral em um espaço de tempo tão pequeno é preocupante. 

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“Eles não conseguem superar o fato de terem perdido. Eles vão apenas derrubar o sistema no chão”, disse.

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