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Já pensou em tomar sorvete de perfume?

Setor aposta na segmentação de produtos extravagantes e comemora o aumento de consumo provocado pelas altas temperaturas

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 set 2024, 07h35

Uma mistura de leite de arroz com neve é a primeira receita de sorvete que se tem notícia no mundo. Criado na China, há mais de 4 mil anos, a iguaria era digna dos nobres da época. Foi apenas em 1273 que o expedicionário Marco Polo levou a sobremesa para a Itália, que adicionou frutas à receita. Assim como o macarrão, o país da pastaschiutta não apenas se apropriou como melhorou o sorvete, transformou-o em uma das atrações da própria gastronomia. Ali, o consumo por pessoa é de 25 litros por ano, abaixo apenas da Nova Zelândia, com 26,3 litros. Na mira desses beberrões de gelatos, o Brasil alcançou a marca de 9 litros por ano, em 2023. Comparativamente aos neozelandeses é pouco, mas para o setor o resultado é muito bom. No segundo semestre, o crescimento foi de 22, 4%.

A Associação Brasileira do Sorvete e Outros Gelados Comestíveis (Abrasorvete) realizou uma pesquisa com a colaboração de 177 empresas do setor, entre janeiro e março, para levantar um perfil mais detalhado do mercado e identificar novas estratégias para atingir mais consumidores. Os bons números dos últimos anos foram decisivos para despertar nos empresários o desejo de crescimento. “De acordo com o estudo, metade das empresas quer apostar em eficiência e marketing”, Martin Eckhardt, presidente da associação. Muitos já estão investindo em novidades no mercado.

Apesar de estar disponível em supermercados, padarias e restaurantes, as sorveterias ainda são o grande ponto de atração do consumidor. Isso se explica em parte pelo produto gourmet, oferecido em lojas sofisticadas, modernas e com produtos curiosos. “A tendência é a segmentação”, diz Kerley Torres, diretora adjunta da Abrasorvete.

Aposta em nichos

Nesse campo quanto mais exótico, maior o sucesso. Já pensou em tomar sorvete de perfume, por exemplo? Até isso tem no mercado e é um case de sucesso. Uma das mais antigas marcas brasileiras, a Granado Pharmácias abriu sua primeira botica em 1870 no Rio de Janeiro. No início deste ano, na mesma cidade, ela inaugurou uma sorveteria com sabores inspiradores nas fragrâncias dos perfumes que produz. No primeiro fim de semana, a lojas vendeu a quantidade que era esperada para a semana toda. Três meses depois, o sucesso levou a abertura de uma filial na capital paulista, cidade famosa pela gastronomia e vitrine de tudo que é novidade no país.

Tem produto para todo tipo de cliente. Até os cervejeiros foram contemplados. No ano passado, duas empresas do Rio de Janeiro fecharam parceria para desenvolver um produto especial para o Dia dos Pais. A rústica cervejaria Odin, de Petrópolis, e a Sorvetes Brasil, da capital, produziram dois sorvetes, um de doce de leite com cerveja Vienna e outro de chocolate com a Stout. Há marcas que apostam em sabores do balcão do bar, como caipirinha e whisky.

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Em um país tropical com dimensões continentais e imensas diferenças econômicas e culturais entre as regiões, o hábito de tomar sorvete muda muito de acordo com o estado. São Paulo, por exemplo, é responsável por 20% do total consumido pelos brasileiros. Depois vem Minas Gerais, com 9,8%, e em seguida, Rio de Janeiro (9,73%), de acordo com os dados da Abrasorvete.  Ressaltar as origens é sempre uma forma de valorizar a cultura e se destacar Brasil afora. Foi o que fez a empresa Gellak, com mais de 30 anos de tradição em Minas Gerais, que desenvolveu uma linha especial batizada de Mineirices, com sabores típicos da região –goiabada, café com leite e paçoquinha.

Quanto mais quente, melhor

Outro desafio é desassociar o hábito de tomar sorvete do calor. “Um dos caminhos é consolidar o produto como uma sobremesa ideal para todas as épocas do ano”, diz Eckhardt, que é conhecido produtor de sorvetes do Rio Grande do Sul. Ele é um dos sócios da Sorvebom, empresa familiar, com quase 40 anos de mercado. A maioria dos brasileiros (66,3%) acha importante o clima na decisão do consumo. Por sorte, ao menos para o setor, começa neste sábado, 21, a primavera, que promete ter temperaturas acima da média para estação.

 

 

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