Após os drinques, vinho em lata ganha adeptos no Brasil
Pioneira do ramo no país, a Vivant espera faturar sete milhões de reais com a venda de quase um milhão de unidades
Abrir uma lata de vinho para acompanhar um jantar romântico pode soar como uma blasfêmia para os degustadores à moda antiga. A cena, entretanto, é cada vez mais comum. A novidade, é claro, não pretende sepultar a boa e velha garrafa, mas democratizar a bebida e dar praticidade aos momentos em que o vidro não se encaixa tão bem, segundo Alex Homburguer, CEO da Vivant, a pioneira do ramo no Brasil. A economia é um atrativo: duas taças de vinho tinto, branco ou rosé podem ser compradas por módicos 12 reais, enquanto a versão engarrafada custa, em média, R$ 50. Em 2020, a empresa espera faturar sete milhões de reais com a venda de quase um milhão de unidades.
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Contra o alumínio, entretanto, pesam argumentos como a fácil perda de calor e o fato de não ser a lata o ambiente ideal para o líquido amadurecer. “O vinho enlatado é um vinho simples por ser preparado com uvas jovens. A lata é indicada para receber vinhos leves por causa de seu tamanho reduzido. O recomendável é consumir o produto logo que ele chega às prateleiras”, explica a sommèliere Deise Novakoski.
Ainda assim, as latinhas são mais leves e facilmente recicláveis – um apelo a mais para os interessados na causa ambiental. “A ideia de que a lata é sinônimo de má qualidade persiste, mas se alguém consumir um vinho branco às cegas não vai saber diferenciá-lo de seus concorrentes engarrafados”, garante o presidente da Associação Brasileira de Sommeliers do Rio de Janeiro, Joseph Morgan. As novas gerações têm mesmo o poder de chacoalhar o mercado.