O Ministério Público da Espanha anunciou nesta segunda-feira, 28, que abrirá inquérito sobre o caso do beijo não consentido de Luis Rubiales, presidente da federação espanhola de futebol, na jogadora Jennifer Hermoso, da seleção nacional do país, vencedora da Copa do Mundo de Futebol Feminino, disputado na Austrália e Nova Zelândia. O objetivo da investigação é saber se Rubiales pode ser acusado de cometer um ato de agressão sexual.
Após a final da Copa do Mundo, em Sydney, no dia 20 de agosto, viralizou um vídeo mostrando Rubiales beijando Hermoso na boca. Embora o dirigente tenha se desculpado no dia seguinte, ele assumiu uma posição desafiadora no final da semana. O caso tomou grandes proporções nas redes e nos veículos de comunicação, o que resultou em pressão sobre Real Federação Espanhola de Futebol, que ele preside.
As críticas a Rubiales também vieram do governo espanhol. O primeiro-ministro Pedro Sánchez descreveu a sua conduta como “inaceitável”, e a secretária do Partido Popular da oposição, Cuca Gamarra, classificou o beijo de “vergonhoso”. ogadores de todo o mundo mostraram seu apoio a Hermoso, muitas vezes usando a hashtag “se acabó” ou “acabou”, após uma postagem nas redes sociais de Alexia Putellas, integrante da seleção espanhola.
No sábado, dia 26, a Fifa suspendeu provisoriamente Rubiales. Inicialmente, Rubiales ficará afastado de suas funções por 90 dias enquanto a federação apura violações de “regras básicas de conduta decente”. O juiz disciplinar Jorge Palacio determinou em comunicado que o dirigente “se abstenha de contato com a jogadora Jennifer Hermoso ou pessoas próximas”, acrescentando que ordem se estende à federação espanhola de futebol e todos os seus membros. O processo disciplinar foi aberto na quinta-feira, dia 24.
Além de chefe da instituição futebolística espanhola, Rubiales é vice-presidente da União das Federações Europeias de Futebol (UEFA) desde 2019, recebendo um salário anual de 250 mil euros (cerca de 1,3 milhão de reais), e figura próxima de Aleksander Ceferin, presidente da Uefa. Até o momento, tanto Ceferin quanto a UEFA mantiveram silêncio em relação ao ocorrido.