Embalado e sem perder um único set, Rafael Nadal faturou na manhã deste domingo o décimo título de Roland Garros, ampliando o recorde de maior vencedor do torneio disputado em Paris, na França. De volta a uma final na quadra central Philippe Chatrier, onde não pisava em uma decisão desde 2014, Nadal bateu com contundência o suíço Stan Wawrinka, que nunca havia perdido uma final de Grand Slam, em pouco mais de duas horas, por 3 sets a 0, com parciais de 6/2, 6/3 e 6/1.
O feito de Nadal quebra tabus históricos e pessoais. Além de se tornar o único tenista a atingir dois dígitos em apenas um torneio de Grand Slam, o espanhol de 31 anos agora é o segundo maior campeão com 15 títulos, superando o americano Pete Sampras, com 14, atrás apenas do suíço Roger Federer, que tem 18 conquistas de Grand Slam.
O décimo título de Nadal também mexe com as posições do ranking da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). Após um lamentável 2016, com lesões, más atuações, queda na primeira rodada na Austrália e abandono em Roland Garros, o espanhol pula da quinta para a vice-liderança, atrás do escocês Andy Murray. Wawrinka assume a terceira colocação e o sérvio Novak Djokovic, até então o segundo do ranking, cai para o quarto lugar. Pela primeira vez, desde 2009, Djokovic não ocupará as três primeiras posições da ATP.
Nadal fez sua melhor campanha em Roland Garros, perdendo apenas 29 games até o jogo decisivo. Na temporada de saibro, o tenista mais uma vez mostra incontestável superioridade, com quatro títulos em cinco torneios. Além do Grand Slam francês, conquistou o ATP 500 de Barcelona e os Masters 1000 de Monte Carlo e Madrid. São 24 vitórias e apenas uma derrota. Nadal disputou sua segunda final de Grand Slam no ano. Em janeiro, ele foi vice-campeão do Aberto da Austrália, sendo derrotado por Roger Federer. Stan Wawrinka tentava no duelo contra o espanhol o quarto título de Grand Slam e o bicampeonato em Roland Garros.
O Jogo
Favorito na partida por ser considerado o tenista mais talentoso no saibro e pelo histórico em Roland Garros, Nadal manteve o ritmo que imprimiu durante todo o torneio. Dominou Wawrinka na troca de bolas de fundo de quadra, distribuindo direitas e esquerdas firmes, e não teve grandes oscilações nos sets que permitissem brechas ao suíço. No ponto que antecedeu a definição do segundo set, por exemplo, Wawrinka mostrou insatisfação com sua atuação ao atirar a raquete ao chão e quebrá-la, em um claro gesto de nervosismo por não conseguir tomar o controle do jogo.