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Libra, a nova liga de clubes do Brasil, é fundada com 8 times

Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Palmeiras, Ponte Preta, Bragantino, São Paulo e Santos assinaram criação; grupo liderado pelo Athletico-PR resiste

Por Klaus Richmond e Leandro Miranda
3 Maio 2022, 14h14

Seis clubes da Série A e dois da Série B do Campeonato Brasileiro assinaram na manhã desta terça-feira, 3, em reunião em um hotel em São Paulo, um documento que prevê a formação de uma nova liga de clubes no Brasil. Corinthians, CruzeiroFlamengo, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, São Paulo e Santos formam o bloco que inicia a criação da Libra (Liga do Futebol Brasileiro), nome do novo grupo que pretende organizar o Brasileirão em um futuro próximo.

Apesar do avanço, o acordo ainda não é coletivo e deve ganhar desdobramentos na próxima quinta-feira, 12, em novo encontro com participação dos 40 clubes que compõem as Séries A e B, marcada para a sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), no Rio de Janeiro.

Do outro lado, está o grupo “Forte Futebol”, liderado pelo presidente do Athletico-PR, Mario Celso Petraglia, e que também conta com América-MG, Atlético-GO, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude. Outras equipes, como Atlético-MG e Fluminense, por exemplo, ainda não manifestam adesão oficial a nenhum grupo.

A ideia do bloco de oito clubes é iniciar a criação da liga independente, com ajuda da Codajás Sports, empresa liderada pelo advogado Flávio Zveiter, e aguardar a adesão posterior das demais equipes do futebol brasileiro.

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Apesar do clima de otimismo entre os fundadores, ainda há pontos a serem debatidos para que uma união maior entre os clubes aconteça. O principal conflito de interesses é o modo como a distribuição do dinheiro será feita entre os clubes – o grupo de Petraglia pressiona por uma divisão mais igualitária do que a proposta pelos oito fundadores.

“Concordamos com a visão, o conceito e estamos avaliando tecnicamente a melhor estratégia para decisão em conjunto com John Textor”, disse o CEO do Botafogo, Jorge Braga, em referência ao dono norte-americano da SAF do clube. “Não há motivos para açodamentos. O Botafogo tem ciência do seu valor, da capacidade da Liga e vai lutar pelo formato que alie os seus interesses e dos clubes como um todo”.

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Já a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, se manifestou em entrevista coletiva concedida minutos após o encerramento do encontro minimizando as divergências.

“Está criada a liga, hoje é um passo muito importante para o futebol brasileiro. Eu sempre disse que as reuniões são importantes para definirmos objetivos e hoje, finalmente, foi criada a nossa liga que é o futuro do futebol. Na verdade, tivemos vários clubes aqui, alguns assinaram, outros assinaram até o dia 12, mas estou muito feliz e animada com a união de todos nós. Só assim podemos reconstruir o futebol brasileiro”, disse a dirigente.

“A constituição da liga foi realizada hoje, não há nenhum risco, não há como se olhar para trás. Alguns clubes não se sentiram preparados ainda para assinar, mas eu acredito que na semana que vem o restante dos clubes vão aderir a este documento tão importante do futebol brasileiro. Os pontos que alguns presidentes, poucos, entenderem ser relevantes serão discutidos dentro da liga já formada”, completou.

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Histórico

A iniciativa para criação de uma nova liga teve pontapé formal de partida em 15 de junho do último ano, nove dias depois do escândalo envolvendo o então presidente Rogério Caboclo, afastado pela Comissão de Ética da entidade por acusação formal de assédio sexual e moral a uma funcionária.

Desde então, após carta assinada por 19 dos 20 clubes da Série A (a exceção foi o Sport que estava em processo eleitoral), a Liga começou a ganhar corpo com encontros mensais. A partir daí, algumas divergências começaram a surgir.

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A divisão de receitas, por exemplo, é tema sensível. A projeção era de que respeitaria a critérios pré-estabelecidos como: número de títulos, pontuação acumulada na Série A e tamanho da torcida, itens que servirão para definir o repasse de valores de direitos internacionais, transmissão de TV aberta, fechada, pay-per-view e propriedades no campo. “Na Série B, por exemplo, pensamos em 50% igualitariamendisse Francisco Battistotti, presidente do Avaí, a PLACAR no ano passado.

Em um dos encontros, os presidentes Petraglia e Guilherme Bellintani, do Bahia, se desentenderam. Terminou com ameaças de tapa na cara e de encerramento precoce a união dos clubes devido a uma discordância.

Incomodado pela declaração do presidente do Bahia, que aventou sobre uma possível influência de Petraglia na indicação de empresas para prestar serviços à liga que está sendo formada e da necessidade do encontro ser presencial, o presidente athleticano respondeu, sem titubear: “se [essa reunião] fosse presencial, já teria acabado porque eu teria metido a mão na sua cara”.

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Houve, então, uma fracassada tentativa de apaziguar os ânimos e Petraglia se retirando do encontro: “peço perdão, mas estou cansado. Não aguento mais ‘Euricos’ no futebol”.

Até aqui, em valores, a promessa inicial da Codajás Sports era de captar pelo menos 3,5 bilhões de reais de aporte inicial, enquanto outro grupo de empresários cita uma projeção entre 1,5 bilhão e 3 bilhões. Valores, no entanto, sempre foram considerados esboços por executivos e ainda dependeriam da estruturação como negócio.

O grupo de Zveiter propõe a abertura de uma sociedade anônima, uma empresa, para tornar todos os clubes sócios. O outro lado, liderado pela KPMG, uma espécie de consórcio com prazo pré-estabelecido, de 20 a 30 anos, onde os clubes dividiriam direitos e deveres.

 

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