Follmann relembra resgate: ‘Tremia de frio e gritava socorro’
Goleiro da Chapecoense contou que luzes se apagaram e avião flutuou antes do choque. Ainda com vida, outros atletas também gritaram por ajuda
O goleiro Jackson Follmann, um dos seis sobreviventes do voo da LaMia que transportava a delegação da Chapecoense, segue internado em Chapecó, quase dois meses após o acidente na Colômbia. No sábado, ele pôde ir até a Arena Condá, onde ergueu o troféu da Sul-Americana e se emocionou no amistoso da equipe catarinense contra o Palmeiras. Neste domingo, Follmann concedeu entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, e contou que estava consciente e gritando por socorro após o acidente.
“Lembro quando o avião se desligou, as luzes se apagaram. Vi que alguma coisa estava errada. O avião não chegou a cair. Depois que desligou ele começou a flutuar devagar. No momento do choque eu não lembro, eu apaguei, porque foi muito rápido. Lembro de ter acordado antes do resgate, sim. Abri os olhos, estava muito escuro, estava muito frio, chovia. Eu tremia de frio. Eu gritava ‘socorro, eu não quero morrer’. Alguns dos amigos, que ainda estavam vivos, também gritavam. Lembro ouvi o resgate chegando gritando ‘polícia nacional.’ Eles me levaram e eu apaguei”, afirmou Follmann.
Ele teve a perna direita amputada, perdeu um osso do tornozelo esquerdo e foi submetido a uma cirurgia cervical. Follmann deve receber alta na terça-feira e deve ir no dia 30 para São Paulo, onde colocará uma prótese na perna direita. A partir daí, seu objetivo será remarcar o casamento, adiado por causa da tragédia. “A gente vai casar, sim. Quando eu voltar a conseguir caminhar e retomar minha vida normal, a gente vai casar, pode ter certeza.”